FabLab do Maxi é pioneiro no Movimento Maker de Cuiabá

Considerado a “terceira revolução industrial” e inspirado no conceito DIY (Do It Yourself, ou Faça Você Mesmo), o Movimento Maker tem experimentado um grande crescimento no país. Virou, inclusive, tema para um reality de competição na TV. Mas é na escola, desenvolvido concomitantemente com as aulas de disciplinas como física e matemática, que ele encontra um ambiente ideal para fortalecer-se e tornar-se cada vez mais difundido.

O Colégio Maxi, de Cuiabá (MT), é um dos pioneiros em levar esse movimento para a rotina dos alunos com a criação do próprio FabLab. Implantado, inicialmente, como uma atividade extra (contraturno), ele foi ampliado e passou a fazer parte da grade curricular em 2018. O “namoro” com o Movimento Maker, no entanto, vem de muito antes, como revela o ex-aluno Pedro Teodoro Neto, que hoje trabalha na Startup Brasil, em Brasília (DF), iniciativa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC).

O arquiteto lembra que, em 2007, quando ingressou no colégio, já encontrou lá iniciativas maker como a utilização da mecatrônica. “Me chamou a atenção. Não se falava muito em Movimento Maker. Vi então que seria a melhor instituição de ensino para estudar”, conta Pedro, que na época estava iniciando o Ensino Médio. Para ele, o apoio e o incentivo recebidos naquele período foram determinantes na decisão de dedicar-se à área tecnológica.

Além de forma-se em Arquitetura (pela UFMT), Pedro especializou-se em Gestão de Cidades pela Erasmus University de Rotterdam, na Europa, e voltou para a capital mato-grossense trazendo na bagagem um conhecimento tecnológico que iria ser aplicado na criação do Fablab Cuiabá e da empresa Yoolaser. Seu know how acabou despertando a atenção do Colégio Maxi, que o contatou para ajudar na reformulação da grade para a introdução do conceito Maker. Foram três meses desenvolvendo o projeto, juntamente com o professor Ricardo Martins, relembra.

A ideia era criar um lugar que fornecesse as condições para o desenvolvimento das atividades e também fizesse a integração com outros espaços – como o laboratório de Biotecnologia - utilizando o conceito modular. Nesse caso, Pedro ressalta a contribuição de outra arquiteta, Suellen Rodrigues, que também auxiliou no processo de criação do projeto arquitetônico do FabLab do Colégio Maxi.

No laboratório, os alunos dispõem das condições e ferramentas necessárias para transformar suas ideias em realidade. Ali, eles são incentivados a refletir sobre o cotidiano, seus problemas e as necessidades das pessoas, a fim de buscar soluções a partir de conceitos como sustentabilidade e inovação. No FabLab, o DIY é levado a sério e os alunos realmente aprendem com a prática, graças a uma série de equipamentos modernos como impressora de 3D.

É justamente a democratização do acesso às novas tecnologias que possibilitou esse boom do Movimento Maker, salienta Pedro Neto. Com a maior disponibilidade de máquinas que utilizam tecnologia de fabricação digital, como a já citada impressora 3D e a cortadora a laser, além do Arduino - plataforma de prototipagem eletrônica -, as pessoas passaram a ter mais facilidade para colocar em prática as próprias ideias. As possibilidades que elas oferecem são muitas e se tornaram inclusive uma forma de sustento. Transformaram o hobby em negócio, destaca.

Movimento Maker na TV

O conceito DIY e a capacidade das pessoas de aplicá-lo das mais variadas formas são colocados à prova no Batalha Makers Brasil, do canal pago Discovery. O programa, que começou no final de abril e tem duração de dois meses, desafia os participantes a mostrarem capacidade para resolver os mais variados problemas, com o uso de conhecimentos em tecnologia e habilidades manuais.

Vale destacar que entre os participantes esteve Maurício Oliveira, professor de arquitetura da UFMT e maker apaixonado. Ele também é um dos pioneiros na criação do primeiro Fablab de Mato Grosso, que funciona dentro da universidade, sendo atualmente seu Lab Manager.  O competidor cuiabano decidiu sair do programa por não se identificar com o formato altamente competitivo da batalha, o que, segundo ele, não combina com o real espírito maker. 



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