No Dia do Pantanal, Lúdio Cabral destaca riscos de hidrovia e necessidade de preservar o Rio Paraguai

Celebração fluvial, romaria pelas águas e manifestos marcaram o ato realizado pelo Comitê Popular do Rio Paraguai


Em ato que marcou o Dia do Pantanal, nessa quinta-feira (12), o deputado estadual Lúdio Cabral (PT) destacou a necessidade de preservar o Rio Paraguai para a sobrevivência do bioma. No evento realizado no rio pelo Comitê Popular do Rio Paraguai/Pantanal, em Cáceres, Lúdio lembrou dos riscos do projeto da hidrovia Paraguai-Paraná, que pretende alterar o curso do rio e aumentar a velocidade de escoamento da água, impactando no ciclo de seca e cheia do Pantanal.

“Não podemos aceitar o modelo de navegação que exige destruição do leito do rio, que é o que o projeto de hidrovia prevê, para permitir o escoamento das grandes cargas de soja. O modelo de navegação que o Rio Paraguai precisa é o modelo que já é praticado tradicionalmente, para transporte de pessoas, pesca e turismo. Se o projeto de hidrovia for adiante, o leito do rio será destruído para permitir a navegação de grandes embarcações. Será a morte do Pantanal”, afirmou Lúdio.

O deputado disse que a seca e os incêndios sem precedentes que ocorreram no Pantanal neste ano têm relação com o processo de destruição no Cerrado e nas nascentes dos rios que alimentam o bioma. “O desmatamento para expansão das grandes monoculturas destrói o Cerrado, as nascentes, e vem assoreando o rio e comprometendo o ciclo das águas no Pantanal”, disse Lúdio, que citou também o impacto das hidrelétricas. “A água está escassa no Rio Paraguai e em todo o Pantanal. O que aconteceu no Pantanal neste ano não foi fruto do acaso”, completou.

O ato reuniu representantes de ribeirinhos, pantaneiros e comunidades tradicionais e foi marcado por uma romaria pelas águas e por protestos, com faixas e bandeiras em defesa do Rio Paraguai e a colocação de uma grande faixa contra a hidrovia no porto de Cáceres, atualmente desativado. O comitê entregou também um manifesto com pedidos de providência para preservação do Rio Paraguai e do Pantanal à promotora Liane Amélia Chaves, do Ministério Público Estadual (MPE), à Marinha do Brasil e à Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema). A deputada federal Rosa Neide (PT) também participou do evento e destacou que as cabeceiras dos rios que alimentam o Pantanal estão degradadas.

Em 2019, a data foi marcada por uma audiência pública realizada pela Assembleia Legislativa a pedido do deputado Lúdio Cabral, que reuniu mais de mil pessoas, teve apresentações culturais e debates aprofundados sobre as vocações e as ameaças ao Pantanal e ao Rio Paraguai. Neste ano, para evitar aglomerações, foram realizados os atos fluviais e a entrega do manifesto aos representantes do poder público. Em vez de reunir toda a população ribeirinha num grande ato, cada comunidade enviou representantes, conforme explicou Isidoro Salomão, integrante do Comitê Popular do Rio Paraguai.  



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