Governador de MT vira réu sob acusação de compra ilegal de apartamento em leilão judicial

O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (DEM), e a juíza aposentada da Justiça do Trabalho, Carla Reita Faria Leal, se tornaram réus por falsidade ideológica. 

 
A denúncia é do Ministério Público Federal e foi aceita pelo juiz Paulo César Alves Sodré, da 7ª Vara da Justiça Federal de Cuiabá. Em nota, Mauro Mendes disse que eles vão apresentar a defesa à Justiça e provar que não praticaram nenhum ato ilegal. 
 
O crime teria sido praticado no caso do leilão judicial de um apartamento arrematado por Mauro Mendes e depois transferido para a então juíza, conforme consta em cartório. 
 
O MPF considerou o negócio uma simulação para contornar a proibição legal que a magistrada teria para arrematar o imóvel, já que era servidora do Tribunal Regional do Trabalho e ainda tinha atuado como magistrada no processo. 
 
O imóvel foi a leilão para o pagamento de indenizações trabalhistas. Ainda segundo a denúncia, os dois deram uma versão à Justiça de que Mauro teria pego R$ 300 mil emprestados com a juíza e que o imóvel seria o pagamento, mas não conseguiram comprovar o empréstimo. 
 
A magistrada foi aposentada compulsoriamente em 2015. Ela é acusada de se aproveitar da amizade que mantinha com o então prefeito de Cuiabá para adquirir o imóvel. 
 
O apartamento foi arrematado pelo prefeito em 2009 e depois foi comprado pela magistrada por meio de transferências bancárias no valor total de R$ 300 mil.
 
Em 2018, a Justiça determinou o bloqueio de R$ 300 mil das contas do governador e da juíza aposentada. À época, o juiz federal Raphael Casella de Almeida Carvalho, da 8ª Vara Federal de Cuiabá, disse que havia indícios suficientes da existência do ato de improbidade e da participação deles no crime.


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