Servidores do Indea e Intermat cumprem papel apesar das dificuldades
A greve dos caminhoneiros conseguiu paralisar quase toda a economia do País. Por falta de combustível nos postos o Governo do Estado decretou suspensão do expediente no dia 28 de maio. Contudo, como o campo estava em pleno prazo final de vacinação contra a febre aftosa, os servidores do Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea) não têm medido esforços para fazer seu trabalho. A mesma garra ocorre com os servidores do Instituto de Terras do Estado de Mato Grosso (Intermat) apesar de serem apenas 40 pessoas a cuidar de toda a regularização fundiária e assentamentos de trabalhadores rurais em todo o Estado. Essa postura de estar a postos em situações tão adversas, na opinião da presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Agrícola, Agrário, Pecuário e Florestal do Estado de Mato Grosso (Sintap), Rosimeire Ritter, é um ótimo indicativo de que os servidores, apesar de muitas vezes não serem valorizados ou terem condições adequadas para trabalhar, sempre estão dispostos a dar o melhor.
Ritter salienta que a sociedade sempre critica os servidores públicos quando estão a reivindicar alguma melhoria seja salarial ou de estrutura de trabalho, são apontados pelos órgãos estaduais em seus meios de divulgação como sendo uma “despesa” e não “investimento” em valorização e motivação do servidor público. É preciso, segundo ela, que haja um reconhecimento que, se hoje o estado tem 99% de rebanho vacinado, garantindo assim a segurança alimentar de todos, é porque o funcionário do Indea, no caso, está em seu posto de trabalho seja em qual situação for, mesmo que isso signifique trabalhar uns trabalharem mais dos que outros.
“Podemos lembrar que quando o Estado decretou ponto facultativo em 29 de março, somente os que trabalham na Capital puderam ter um ‘feriadão’ enquanto os servidores do interior não foram dispensados de suas atribuições. O mesmo ocorre com a determinação do expediente de seis horas determinado para a Capital (exceto a Unidade Local de Execução – ULE de Cuiabá) que não atingiu os trabalhadores das unidades do Indea do interior que continuam a exercer suas funções por oito horas sem qualquer vantagem salarial”, destaca a presidente.
Para ela, o fato de o servidor ser essencial em seu trabalho para garantir a sanidade animal e vegetal e da regulamentação das terras mato-grossenses, colocando, por consequência, a economia do Estado em ascensão, é um indicativo de que esses trabalhadores deveriam ser ainda mais valorizados. “São eles que estão na linha de frente de ação para defender esta mesma sociedade que fica contra eles em momento de campanha salarial. Todavia, são eles os responsáveis por interditar no último mês mais de 300 fazendas em Juara por detectarem vacinação com produtos sem procedência garantida e que obrigou os pecuaristas envolvidos a revacinar todo o gado”, salientou.
O processo foi acompanhado de perto pelos servidores, sempre atentos em fazer seu trabalho. Por isso o Sitnap pede à sociedade, por ele, menos críticas e mais reconhecimento. Como reconhecimento, explica ela, leia-se: mais condições de trabalho, mais isonomia entre capital e interior, mais recursos no orçamento da autarquia advindos de sua própria arrecadação ao invés de destiná-los à Conta Única do Estado. Só assim, de acordo com Ritter, o servidor do Indea e Intermat poderá realizar um trabalho com ainda mais excelência já que terá respaldo maior do Estado.