Médicos do Hospital Regional de Rondonópolis ameaçam cruzar os braços
Por atrasos nos salários e falta de estrutura e medicação, médicos do Hospital Regional de Rondonópolis , MT podem parar as atividades, conforme o Sindicato dos Servidores Públicos da Saúde do Estado de Mato Grosso (Sisma-MT).
Segundo o presidente do Sisma, Oscarlino Alves, uma reunião com o corpo clínico foi realizada nesta segunda-feira (12), para deliberar sobre a suspensão dos atendimentos. Visto que os médicos estão a 3 meses e meio sem receber e ainda falta medicação e insumos, sem contar que a unidade está em reforma sem atendimento ao público somente urgência e emergência. Cirurgias e ambulatório não está acontecendo.
A decisão afeta mais de 500 mil pessoas.
De acordo com o diretor do Sindicato dos Médicos do Estado de Mato Grosso (Sindimed-MT), Pedro Maggi, a situação se tornou insustentável após sucessivos atrasos nos pagamentos da Instituição Gerir, que administra o Hospital por meio de dispensa de licitação, uma vez que se trata de um contrato emergencial. “Existe um limite. E esse limite foi ultrapassado. Não há mais condições para se trabalhar sem material, tampouco sem receber”, pontuou.
Segundo o médico, o Gerir teria informado aos médicos que não tem conseguido cumprir com a regularidade dos pagamentos devido aos constantes atrasos nos repasses de recursos provenientes da Secretaria de Estado de Saúde (SES). “Fato é que a precariedade consta desde o contrato com esta empresa, por meio de dispensa de licitação. E ainda o Governo atrasa os repasses. E quem paga o preço é a população, que não pode contar com um atendimento digno”.
Em entrevista à imprensa local nesta segunda, o prefeito de Rondonópolis, José Carlos do Pátio (SD), afirmou que o Estado passou o dinheiro para o Instituto. Contudo, este estaria se negando a realizar os pagamentos. “Sendo assim, chamei eles para buscar um entendimento junto com o Ministério Público para poder comprar insumos com dispensa de licitação, em caráter de emergência”.
A administração do Instituto Gerir, responsável pelo Hospital Regional de Rondonópolis, afirmou que o Estado deve cerca de R$ 15 milhões para a unidade, mas que ainda assim as informações da suspensão dos atendimentos no hospital são falsas.
Veja a nota na íntegra:
"A diretoria do Hospital Regional Irmã Elza Giovanella informa que, por problemas de saúde, Fernando Rinaldo teve que se afastar das funções de diretor geral do Hospital e no momento, Gustavo Vasconcelos, que já acompanha os processos do HRR, está fazendo a coordenação. A informação que está circulando em grupos de mensagem de WhatsApp de que o Hospital “fechou as portas” por determinação judicial e que o Instituto Gerir abandonou a administração é falsa e irresponsável.
O Instituto Gerir reafirma a necessidade de regularidade nos repasses de custeio pelo parceiro público e reforça seu compromisso e parceria no atendimento aos pacientes da região sudeste de Mato Grosso, e garante que, dentro das condições atuais, os atendimentos estão sendo realizados com qualidade, de forma humanizada, e sempre adotando as medidas para segurança do paciente, visando seu restabelecimento total.
O Instituto Gerir destaca ainda que o Governo do Estado deve R$ 15 milhões em repasses atrasados para o Hospital Regional de Rondonópolis."