Prefeito reassume cargo e busca soluções para os problemas em Rondolândia
O prefeito de Rondolândia, Agnaldo Rodrigues de Carvalho, irá ao Tribunal de Contas para discutir a situação do município, cujas contas de 2017 receberam parecer contrário do TCE, em apreciação realizada em dezembro. Carvalho retornou ao cargo no dia 21 de dezembro por decisão da desembargadora do Tribunal de Justiça, Antônia Siqueira, após cinco meses afastado. O gestor alega que, quando reassumiu a prefeitura em janeiro, após o recesso de final de ano, encontrou várias irregularidades na administração municipal, que estava sob o comando do vice-prefeito, Ronaldo Garcia.
O prefeito disse que as contas municipais receberam parecer contrário porque a prefeitura não apresentou as defesas e justificativas necessárias ao Tribunal no prazo determinado. “Considero a atitude do vice-prefeito totalmente irresponsável em não atender as determinações emanadas do TCE”, assinalou, acrescentando que tomou conhecimento que a Câmara Municipal de Rondolândia também está com pendências junto ao Tribunal, embora não tenha havido troca de comando no Legislativo.
Carvalho adiantou que, diante da situação em que encontrou o município, também fará denúncias a órgãos judiciais e de controle externo para a devida apuração do que ele classifica como “atos criminosos” cometidos durante a sua ausência. “Houve várias ilegalidades, como um acordo entre o vice-prefeito e vereadores para concretizar a minha cassação, tanto que em um dos seus primeiros atos nomeou parentes dos vereadores, bem como nomeou um vereador que fazia parte de uma das Comissões que visava a minha cassação, e outras situações que visavam auferir vantagens pessoais, além do excesso de diárias para o vice-prefeito, incluindo vários dias de feriado prolongado e fim de semana, entre outras ilicitudes”, enfatizou.
O prefeito destaca que o município, localizado a 1.100 quilômetros de Cuiabá, enfrenta uma série de dificuldades, em função da distância da capital e falta de acesso a vários serviços estatais, como cartório, agência bancária, maternidade, delegado, faculdade, juiz de direito, entre outros. “O município é muito isolado e para chegar a Cuiabá temos que passar pelo estado de Rondônia, para onde a população se desloca para ter acesso a vários serviços”, assinalou.
Devido a problemas de logística de transporte, para chegar à capital o prefeito viaja 100 quilômetros, grande parte dos quais de estrada de chão até Cacoal, em Rondônia, onde percorre cerca de 300 quilômetros para chegar a Comodoro (MT) para então se deslocar para Cuiabá.
O isolamento também afeta o caixa da prefeitura, considerando que existe um índice subestimado da população local. Como não há maternidade em Rondolândia os partos das gestantes são realizados no hospital de Cacoal, para onde são destinados os recursos de transferências constitucionais baseadas na população, como o Fundo de Participação dos Municípios – FPM. “Também trabalhamos e nos mobilizamos para garantir uma maior integração do município ao estado e serviços de qualidade para a população, sem a necessidade de ter que se deslocar para outras localidades”, frisou o prefeito.