Juiz afasta conselheiro do TCE Sérgio Ricardo
Sob suspeita de ter comprado R$ 8 milhões a vaga do ex-conselheiro Alencar Soares em 2010, o juiz Luís Aparecido Bertolucci Júnior, da Vara Especializada de Ação Civil Pública e Ação Popular, afastou do cargo de conselheiro do Tribunal de Contas de Mato Grosso Sérgio Ricardo de Almeida.
Ele também teve na mesma decisão, os bens bloqueados no valor de R$ 4 milhões. Além dele outros réus constam na ação movida pelo Ministério Público Estadual, como o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi; ex-conselheiros Humberto Bosaipo, Alencar Soares e seu filho Leandro Valoes Soares; ex-secretário Éder de Moraes Dias; empresário Gércio Marcelino Mendonça Júnior; ex-deputado estadual José Geraldo Riva e o ex-governador Silval da Cunha Barbosa.
Segundo a denúncia, a transação foi descoberta durante a "Operação Ararath", iniciada em 2013 e protocolada pelo MPE em dezembro de 2014. No entanto, acabou sendo aceita pelo magistrado somente na segunda-feira, dia 9, quando o Judiciário de Mato Grosso encerrou o recesso forense.
O esquema seria o seguinte, recursos públicos teria sido usados para pagar um suposto empréstimo feito por Sérgio Ricardo e quitado com dinheiro público. Na investigação, descobriu que o ex-secretário Eder Moraes também teria envolvimento no esquema, além de empreiteiras e empresas prestadoras de serviço no Estado, durante os governos de Blairo Maggi e Silval Barbosa, que está preso desde setembro do ano passado.
A polícia encontrou inclusive notas promissórias relacionados com a compra e venda de vaga no TCE. Um desses documentos estava em poder do ex-secretário Eder Moraes.
Uma das cártulas, no valor de R$ 2 milhões contém as assinaturas de Sérgio Ricardo, José Riva e Eder Moraes”. Maggi seria acusado pelo MPE de permitir a utilização de factoring como forma de levantar recursos para fazer frente às despesas políticas, procedimentos que teve continuidade no governo de Silval Barbosa.
Em 2009 teriam ocorrido reuniões com a presença de Maggi, Riva, Silval, Sérgio Ricardo, Humberto Bosaipo e Eder para definir que as vagas do TCE seria uma de Sérgio e outra de Éder Moraes.
No início de 2010, o MPE diz que Blairo Maggi teria questionado o conselheiro Alencar sobre sua saída do TCE que teria dito que Sérgio Ricardo já teria adiantado a quantia de R$ 2,5 milhões. Esse valor do repasse, o MPE tem os comprovantes.