Cabo diz que Gaeco sabia do uso de grampos ilegais
O cabo da Polícia Militar, Gerson Correa em depoimento na 11ª Vara Militar de Cuiabá, disse que há envolvimento de promotores do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) no esquema que ficou conhecido como Grampolâdia Pantaneira, dos grampos ilegais.
Segundo ele, ao menos 15 operações deflagradas por este setor do Ministério Público Estadual (MPE), se basearam em escutas clandestinas.
Ele ainda entregou uma série de documentos que comprovam a acusação.
A primeira operação citada pelo cabo foi a Metástase, deflagrada em 2015 para desarticular um esquema de desvio de verbas na Assembleia Legislativa.
Ele contou que os promotores Marco Aurélio e Samuel Frungilo usaram escutas montadas pela PM para interceptar a deputada estadual Janaina Riva (MDB). A intenção era averiguar se ela dava continuidade aos esquemas de corrupção comandados por seu pai, o ex-deputado José Riva.
Nas operações Arqueiro e Ouro de Tolo foram escutados diversos servidores da Secretaria de Trabalho e Assistência Social (setas) para chegar a então secretária Roseli Barbosa. “Ela e toda a família foram interceptados”, contou.
Com a deflagração da Operação, o integrante da Polícia Militar afirma que houve um "terremoto dentro do Gaeco", porque vários diálogos da família Barbosa causaram espanto e repulsa nos membros do Ministério Público, o que levaram ao vazamento, de forma dolosa, de alguns áudios.
O cabo Gerson também cita as escutas nas Operações Rêmora, Imperador, Aprendiz e Seven.
De acordo com ele, pelo menos 120 terminais telefônicos foram grampeados ilegalmente em Mato Grosso antes e durante a gestão do ex-governador Pedro Taques (PSDB).