Para Partido Novo, aumento de Fundo Eleitoral é vitória da velha política
A velha política mais uma vez mostra sua força no Brasil. Em momento onde a gestão eficiente se faz necessária e é defendida por grande parte da população, partidos se articulam para que o fundo eleitoral aumente para R$ 3,8 bilhões para gastos com campanhas eleitorais em 2020. O partido Novo, em Cuiabá, reprova a proposta que tramita no Congresso Nacional.
Para o presidente do NOVO em Mato Grosso, Anderson Iglesias, a proposta vai contra o ideal da sigla, que acredita que dinheiro público não deva ser utilizado para financiar partido político. O NOVO, em setembro, se posicionou contrário às mudanças nas regras para aplicação e fiscalização do Fundo Partidário e mais uma vez abriu mão de utilizar recursos do fundo.
“Toda a população já paga caro para sustentar todos os partidos políticos. Todo ano existe o repasse do fundo partidário e a cada eleição o eleitoral para cada pleito. Em 2020, ao que tudo indica o fundo terá um valor de R$ 3,8 bilhões. Dinheiro dos pagadores de impostos que deveriam ir para saúde, saneamento básico, habitação e educação, mas infelizmente estará indo para campanha política” explica Iglesias.
O aumento será possível após reduzir despesas de pastas como da saúde, educação e infraestrutura. O relatório do deputado Domingos Neto (PSD-CE) foi aprovado pela Comissão Mista de Orçamento na última quarta-feira (4.12). O Fundo partidário é responsável por cobrir os gastos das candidaturas nas eleições municipais, e foi proposto pelo relator a pedido de 13 partidos (PT, PSDB, MDB, PSL, PSD, Solidariedade, DEM, Republicanos, PSB, PDT, PTB, PP e PL).
Para Antunes é seguro afirmar que a população obrigatoriamente patrocina aqueles políticos que ela não gostaria de eleger.
Eleições anteriores.
Em 2012, na campanha a prefeito de Cuiabá, o atual governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (DEM), que se elegeu prefeito da capital no segundo turno, gastou R$ 995,2 mil a mais do que arrecadou, segundo dados da prestação de contas divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O candidato do então PSB gastou R$ 13.463.343,00 e recebeu R$ 12.468.088,40 de doação.
Já no pleito de 2016, com os valores impostos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foi permitido aos candidatos à prefeitura de Cuiabá gastar o limite de R$ 9 milhões no 1º turno, e R$ 2,7 milhões no 2º turno. Conforme os dados da prestação de contas divulgados pelo site do Tribunal Regional Eleitoral (TER).
A prestação de contas do prefeito eleito Emanuel Pinheiro (MDB) fechou num total de R$ 2.649.210,13 de recursos recebidos. Foram R$ 636.210,13 de doações de pessoas físicas, representando 24% do total das doações recebidas. E 62% dos recursos oriundos do fundo partidário.