Mulheres de MT repudiam Bolsonaro e violência de gênero em protestos do Dia Internacional da Mulher
Os atos do 8 de março sacudiram o Brasil e a América Latina no último final de semana. Em Mato Grosso não foi diferente. Centenas de mulheres de diversas cidades no Estado foram às ruas protestar contra a violência, contra o feminicídio, opressão, em defesa da educação e contra o atual governo Bolsonaro.
Em Cuiabá, Cáceres e Sinop, mulheres tomaram às ruas e avenidas contra o estado patriarcal e exigindo direitos. As pautas para cada uma delas eram diversas e convergentes: liberdade de escolha, direitos trabalhistas, poder sobre seu corpo, empoderamento, luta contra o fascismo, o machismo, contra a lesbobitransfobia, direito de ir e vir, fim do feminicídio, dentre outras.
Em Cuiabá, o ato reuniu mulheres neste domingo (08), Praça Ulisses Guimarães. Artistas, representantes de movimentos sociais, representantes de movimentos sindicais, estudantes e professoras tomaram a praça e fizeram uma noite em defesa dos direitos das mulheres frente aos ataques do atual governo, além de protestarem peo fim da retirada de direitos, pauta constantes dos movimentos sindicais, especialmente da classe trabalhadora. A vice-presidente da Associação dos Docentes da Unemat, Edna Sampaio, reforçou a necessidade em lutar todos os dias em defesa da democracia, da liberdade e também da educação.
Em Cáceres, a Marcha pela Democracia tomou as ruas principais da cidade no sábado (07). Docentes e alunas engrossaram o caldo e ecoaram os gritos pela liberdade de escolha. A marcha, que saiu da Unemat Campus Jane Vanini no final da tarde, finalizou na Praça Barão do Rio Branco com falas expressivas, poesias, rimas e declarações de apoio, respeito, empoderamento e força para as lutadoras que sofrem no quotidiano com o machismo patrial, seja no trabalho, na universidade, nas ruas e dentro de suas próprias causas. "Não adianta receber flores e ter mulheres assassinadas dentro de suas casas" enfatizava o grito de umas das professoras da Unemat, Luciene Neves. A resistência fazia parte dos jograis cantarolados durante todo o ato. A programação do 8M em Cáceres foi realizado pela subseção da Associação dos Docentes da Unemat (ADUNEMAT) e fez parte da programação da III Mostra de Trabalhos Sobre Mulheres, que aconteceu na Unemat entre os dias 5 a 7 deste mês.
Em Sinop não foi diferente. As mulheres não titubearam e foram às ruas no sábado (07). Gritos em defesa da educação e democracia ecoaram nas pelas ruas da capital do agronegócio. Um ato também contra o machismo hegemônico que toma conta da cidade liderada pelos barões do agronegócio. Além da marcha, uma exposição de fotografias da oficina “palavras que ferem” também fez parte da programação, que foi preparada pela Associação dos Docentes da Unemat, por meio de sua subseção local.
Em ambos os atos, lembranças da vereadora Marielle Franco, assassinada há quase dois anos, também foi motivo de protesto. “Mariele? Presente!”, gritavam as mulheres em um misto de reverência e protesto contra o assassinato de mulheres que buscam ocupar os espaços que desejam, seja na política, nas universidades, na ciência, da agricultura, dentre outros. Gestos inspirados na coreografia “o estuprador és tu” também foram encenados na exigência de mais respeito ao corpo e à vida das mulheres.
#8M - PARA ALÉM DAS RUAS
Em um mundo atravessado por múltiplas contradições, não foi apenas nas ruas que mulheres protestaram e se juntaram em defesa de seus direitos e para empoderar umas às outras. Além marchas em Cuiabá, Cáceres e Sinop, Colíder e Tangará da Serra também ocuparam espaço na agenda de luta do Internacional da Mulher.
No sábado (07), representantes da Associação dos Docentes da Unemat Subseção de Tangará, em parecia com a Universidade do Estado de Mato Grosso e demais parceiros, preparam uma programação no Centro Cultural Pedro Alberto Tayano Filho. A programação, formada por filmes oficinas e debates, trouxe reflexões sobre a necessidade de pensar a mulher no seu quotidiano, e formas de empoderamento, seja no ingresso à Universidade para fortalecimento de sua independência, como mães, na carreira profissional e na sua vida sexual.
Como forma de defender ainda mais a autonomia e liberdade das mulheres, em Colíder uma programação mais que especial comemorou o Dia Internacional de Lutas das Mulheres. Uma roda de conversa deu abertura para a cerimônia de lançamento do Coletivo Colíder Para Elas. O Coletivo, que já é ativo na cidade de Sinop, agora estará na linha de frente na defesa da mulher também na cidade.
ADUNEMAT EM DEFESA DE TODAS E TODES NO #8M E EM TODOS OS DIAS DO ANO
O chamado para o Dia Internacional de Luta das Mulheres foi Universal e é também cada dia mais importante. A necessidade de reflexão sobre a condição da mulher na sociedade contemporânea e ao longo da história se faz cada dia mais necessário. Não nos faltaram motivos para ir às ruas neste 8 de março, no 7, no 6 e tantos outros dias do ano. Este 2020, trata-se de mais um ano com um aumento alarmante dos ataques aos direitos das mulheres, sobretudo, a maior audiência de discursos conservadores contra a igualdade. É neste contexto as mulheres se organizaram e foram às ruas, e promoveram atividades na luta pela vida de todas, todes e todos.
A Associação dos Docentes da Unemat reforça a importância do protagonismo na luta em busca de direitos iguais e respeito às especificidades, almejando sempre a igualdade, independente da orientação sexual ou gênero. Essas são pautas constantes da Adunemat, para além do dia 8 de março. Avante na luta sem nenhum direito a menos, sem nenhuma mulher a menos.