Ritmo do crescimento de óbitos por “Covid-19” coloca Mato Grosso em 3° do país no mês de junho

“Não adianta trancar todo mundo dentro de casa, quebrar empresas, criar um colapso econômico. Precisamos estabelecer essas políticas sanitárias e segurar as atividades de lazer, especialmente a noturna. Precisamos estabelecer um equilíbrio entre os impactos sanitários econômicos, nós não podemos quebrar empresas”.

Luiz Antônio Possas de Carvalho

“Eu não acho que esse seja o caminho agora das duas cidades, mas sim fechar apenas alguns setores que vem causando os maiores problemas de controle a Vigilância Sanitária, achamos que o melhor caminho é esse, mostrar para o Ministério Público todo o estudo epidemiológico e como Cuiabá está preparado para a “Pandemia”. E mostrar também quais são os setores que estão em descontrole e os que obedecem a biossegurança”.

Alerta vermelho

O Governo do Estado de Mato Grosso criou um novo sistema de classificação de risco para a “Covid-19”, e a Capital Cuiabá atingiu o “alerta vermelho” e medidas severas de distanciamento social precisam ser implantadas, até este domingo, segundo informações da Secretaria de Estado de Saúde, a taxa de ocupação está em 81,3% para as Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) e em 22,4% para enfermarias.

Boletim da Secretaria de Estado de Saúde (SES/MT) mostrou que até a tarde deste domingo (21), estão confirmados 9.776 casos da “Covid-19” em Mato Grosso, sendo registrados 370 óbitos em decorrência do “Coronavírus” no Estado. As 29 mortes mais recentes envolveram residentes de Cuiabá, Várzea GrandeRondonópolis, SinopNota MutumAlto TaquariAlto Boa VistaVila Bela da Santíssima TrindadeConfresaNova Olímpia, Poconé e Querência.

Nos primeiros 18 dias de junho 2020, 7 Estados brasileiros diminuíram a média de novos óbitos em decorrências do novo “Coronavírus”. Mato Grosso está na contramão do país e neste mês é o terceiro Estado com maior número de mortes.

A queda no Rio de Janeiro foi a mais alta. A cidade tinha em média 194 novas mortes e agora é de 1499 novos falecimentos. Em seguida vem Pernambuco com redução 29 óbitos na média e, o Pará com diminuição de 26,9.

Pois muito bem, após levantamentos do (M) Dados, núcleo de jornalismo Metrópoles, com base nas informações do Ministério da Saúde (MS), sabe o que Mato Grosso tem em comum com São PauloEspírito SantoParanáMinas Gerais e Paraná? O crescimento na média de novas mortes nos últimos sete dias no mês de junho. Sendo que as principais altas aconteceram em São Paulo 36,3Espírito Santo 15,1 e Mato Grosso 13,7.

Isso indica que não é hora de afrouxar as restrições. Qualquer decisão de reabertura não tem efeito imediato no crescimento de casos e óbitos, as medidas demoram cerca de 10 a 15 dias para aparecer no gráfico.

As decisões tomadas agora terão consequências no início de julho.

PS: os registros são menores aos domingos e segundas-feiras em função da dificuldade de alimentar os dados aos fins-de-semana, é quantidade maiores as terças-feiras, em razão do acúmulo de notificações atualizados no sistema.

Conforme chegam diariamente as notícias de mortes por “Coronavírus” em Mato Grosso, é mais difícil de compreender a situação. Mas a soma total nos leva a uma triste reflexão.

Imaginem amigos internautas do Blog do Valdemir. Em 93 dias da “Pandemia da Covid-19”, o Estado de Mato Grosso acumula o terceiro lugar no mês de junho no país e, se, o ritmo dos últimos dias se mantiver, a próxima semana marcará logo no início, o registro de mil vítimas….mil pessoas…

E o desafio cresce na medida em que o tempo vem passando, nenhum lugar do Estado de Mato Grosso que pacientes infectados já podem ser considerados livres do surto.

A dimensão de Mato Grosso é outro fator desafiador (903.357 km2). Há muitas “Pandemias de Coronavírus” para um mesmo Estado, que ocorre em velocidade e intensidade distintas.

Especialistas acreditavam, por mais pessoas terem se exposto ao “Coronavírus” no norte do país, seria a região que primeiro se livraria da “Pandemia”, porque puderam desenvolver anticorpos contra ele.

Mato Grosso onde o contágio foi protelado com mais sucesso, infelizmente, por interesses eleitorais, por parte de alguns prefeitos, achávamos que o registro de casos cresceria lentamente, por mais tempo.

No entanto, essa exposição tem um preço. Mato Grosso poderá se tornar um dos Estados mais críticos do país (mês de junho estamos em terceiro em óbitos). Porque a oferta de UTIs e serviços de Saúde em Mato Grosso são praticamente disponíveis apenas na Capital Cuiabá.

Mato Grosso acertou em várias políticas de enfrentamento ao “Coronavírus”. Lá no começo, acertou em relação a política de “Distanciamento Social”, porém, não faz como outros estados que demoraram para acabar com a quarentona ou tranca rua. Nosso grande Calcanhar de Aquiles é a quarentena, Mato Grosso testa muito pouco a população. E pessoas infectadas, mas sem sintomas do “Coronavírus” são um vetor poderoso de contaminação.

A verdade é que em algum momento, vamos ter que avaliar o que fazer aqui. Ou, vamos testar muito mais, seguir as medidas da Vigilância Sanitária, ou ficar ainda, com subnotificação de mortos por “Covid-19”.

Porque alguns Estados diminuíram casos de óbitos? Porque tiveram o “Lockdown” decretado nas suas principais cidades.

No Rio de Janeiro, além da medida ter sido aplicada em alguns bairros da capital, também foi adotada em Niterói, Recife (PE) e Belém (PA).



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