Senado adia votação de repasse da Lei Kandir

A votação prevista para ontem(05) que garantia o repasse das perdas de arrecadação provocadas pela Lei Kandir aos Estados e municípios no valor de R$ 65,5 bilhões até o ano de 2037 foi adiada pelo Senado Federal por conta de uma discordância entre os senadores sobre um dos termos do acordo: o desembolso da União seria financiado pelo fim do Fundo Social do pré-sal. Com isso, Mato Grosso continua com a incerteza de quando vai receber R$ 6,5 bilhões, dos quais, R$ 1,2 bilhão são esperados para este ano.

O projeto chegou a ser levado em plenário, porém foi retirado da pauta e não tem previsão de retorno.

Segundo o senador Wellington Fagundes (PL), aautor do projeto, há um risco de não se concretizar o acordo firmado no STF. Ele recordou que a negociação foi acatada por todos os governadores e pela Confederação Nacional dos Municípios. “Se [o projeto] não for aprovado da forma como está, com certeza cai o acordo. Nós temos que regulamentar a matéria. Caso contrário, mais uma vez o Congresso será omisso”, alertou.

A Lei Kandir (Lei Complementar 87, de 1996) isentou as empresas de pagarem o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços sobre exportações. Como o ICMS é receita dos Estados e Municípios, ela lei previu uma compensação financeira pela perda da arrecadação desses entes da federação. Os critérios para pagamento dessa compensação são objeto de batalhas judiciais desde 2013.

O projeto 133 prevê o pagamento, até 2037, de R$ 65,6 bilhões para os Estados e municípios para compensar as perdas provocadas pela Lei Kandir. 75% dos recursos irão para os Estados e o Distrito Federal, e os 25% restantes, para os Municípios.

Pelo acordo, a União pagará, obrigatoriamente, R$ 58 bilhões entre 2020 e 2037, já previstos na PEC 188/2019. Os R$ 7,6 bilhões restantes estão condicionados: R$ 3,6 bilhões, divididos em três parcelas anuais, serão pagos após a aprovação da PEC; e R$ 4 bilhões devem vir dos leilões para exploração de blocos dos campos petrolíferos de Atapu e Sépia, na Bacia de Santos, e têm que ser repassados em 2020.



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