Conhecendo e tratando a neuropatia diabética

Dia Mundial do Diabetes alerta sobre condição responsável por dores crônicas e risco de amputações

 

O Dia Mundial do Diabetes, celebrado no próximo 14 de novembro, traz a importância da prevenção e tratamento da doença que já atinge mais de 13 milhões de brasileiros, além de desencadear outra série de disfunções bastante limitantes aos indivíduos. Entre elas está a neuropatia diabética, caracterizada por sintomas bastante dolorosos e com riscos de amputações de membros.

 

“Trata-se de um distúrbio que afeta os nervos periféricos e é, atualmente, a complicação crônica mais comum e mais incapacitante causada pelo diabetes”, explica o neurocirurgião funcional mestre pela UNIFESP, Dr. Claudio Corrêa.

 

Além disso, ela é responsável por aproximadamente dois terços das amputações não-traumáticas, aquelas que não são causadas por acidentes e fatores externos.

 

Entendendo a complicação do diabetes no sistema periférico dos nervos


Os nervos periféricos são os encarregados de transmitir as informações que chegam e saem do cérebro, assim como os sinais emitidos pela medula espinhal para o resto do corpo.

 

A partir das alterações sistêmicas geradas pelo diabetes, com o desequilíbrio da produção de insulina pelo pâncreas e o consequente aumento da glicose no sangue (glicemia), ocorre um comprometimento da bainha que envolve o nervo. “É como se tivéssemos um fio desencapado, onde a estrutura fica exposta às agressões externas e, por isso, sensível a elas”, conta Dr. Claudio.

 

Dessa forma, os sintomas mais comuns da neuropatia são: sensação de pontada, fisgada, choque ou queimação nos membros, especialmente ao toque da mão, roupas ou mesmo da água.

 

Seu diagnóstico é inicialmente clínico, feito com base nas manifestações apresentadas, histórico familiar e exame físico. Durante este último, o médico irá checar os reflexos, tônus muscular, sensibilidade dos membros ao toque, temperatura, entre outros.

 

Exames neurofisiológicos, como a eletroneuromiografia, acrescentam dados objetivos para a confirmação do diagnóstico da polineuropatia periférica metabólica.

 

Prevenção e tratamento da neuropatia está no controle do diabetes


A principal via de prevenção da neuropatia diabética é o controle da doença que a origina, o diabetes. “A condição tem característica crônica, exigindo acompanhamento permanente que começa com o endocrinologista, se estendendo para o neurologista ou neurocirurgião quando a neuropatia se instala”, relata o especialista.

 

Por eles, são dadas algumas recomendações iniciais básicas como:

 

Controle da glicemia pela alimentação e medicações específicas
Manutenção de peso compatível à estrutura do corpo
Não fumar e não consumir bebida alcoólica
Realizar atividades físicas regularmente


"Para os quadros de neuropatia em evolução, o tratamento consiste em medicamentos orais e injetáveis, incluindo antidepressivos, anticonvulsivantes, neurolépticos e, em casos mais complexos, o implante de neuroestimulador medular e o implante de bombas de opioides", pontua o neurocirurgião.

 

Cada caso será conduzido de acordo com o grau da disfunção e a resposta do paciente aos tratamentos inicialmente propostos.

 

Para saber mais sobre o assunto, Dr. Claudio produziu um podcast especial onde esclarece todos os pontos da doença e sua linha de condução. Você pode conferi-lo aqui.

Dr. Claudio Corrêa

Com mais de 30 anos de atuação profissional, Dr. Claudio Fernandes Corrêa possui mestrado e doutorado em neurocirurgia pela Escola Paulista de Medicina/UNIFESP. Especializou-se no tratamento da dor aliado a neurocirurgia funcional – do qual se tornou referência no Brasil e no exterior. É também o idealizador e coordenador do Centro de Dor e Neurocirurgia Funcional do Hospital 9 de Julho, serviço que reúne especialistas de diversas especialidades para o tratamento multidisciplinar e integrado aos seus pacientes.

 

Currículo Lattes: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4734707Z5 



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