Deputado sugere criação de comissão da cadeia da carne

Presidente da Frente Parlamentar Agropecuária (FPA), deputado federal Nilson Leitão (PSDB/MT) articula criação de uma comissão integrada por representantes da pecuária mato-grossense em conjunto membros da indústria frigorífica, poderes Executivo e Legislativo do Estado de Mato Grosso, para dirimir assuntos pertinentes à cadeia da carne bovina. A proposta do parlamentar foi realizada durante a mesa redonda promovida na tarde desta quinta-feira (29.06), que discutiu os problemas ligados à pecuária, em Cuiabá.

De acordo com Nilson Leitão a ideia é ampliar a comissão, a ser criada em Mato Grosso, em nível nacional, para que os agentes dos setores produtivos ligados ao agronegócio, principalmente à pecuária apresentem propostas ao Poder Legislativo Federal, que agilizem os processos legislativos com medidas concretas para auxiliar a livre iniciativa econômica.

“A Frente Parlamentar Agropecuária é hoje a maior frente do Congresso Nacional. Os assuntos defendidos pelo grupo de parlamentares vão ao encontro dos anseios de um dos principais setores econômicos do país. Contudo, para que a atividade legislativa seja mais eficaz, os representantes das cadeias produtivas, em especial a da carne devem subsidiar os parlamentares com dados sobre o setor e propostas que auxiliem o mercado a ser mais produtivo com o mínimo de interferência do Estado”, defende o deputado Nilson Leitão.

O deputado também sugeriu que a cadeia produtiva da carne precisa se remodelar e modernizar. “Para isso, criadores de bovinos e indústria frigorífica devem se sentar do mesmo lado da mesa e encontrar soluções para o setor. Enquanto esse diálogo em busca de soluções não acontecer, os problemas vão continuar fragilizando a cadeia produtiva”, ressalta o deputado.

A opinião é compartilhada pelo presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Marco Túlio, que avalia existir necessidade de mais união entre os pecuaristas e indústria. “Devemos seguir o exemplo positivo da agricultura que tem se fortalecido como classe e garantido voz e conquistas em diversos aspectos, principalmente no engajamento político. Cabe a nós, do setor da cadeia da carne, também nos unirmos para encontrarmos soluções eficazes para nosso segmento”.

O governador Pedro Taques (PSDB) destacou que o Estado tem respondido aos anseios dos setores econômicos, e que enfrenta os debates propostos pelos criadores e empresários do setor frigorífico de forma séria e comprometida com a garantia de beneficiar a todos, principalmente o consumidor final, seja no mercado interno quanto externo.

“Exemplo dessa proposta de diálogo entre os membros da cadeia produtiva foi a criação do Instituto Mato-grossense da Carne (Imac), que garante uma busca concreta por soluções ao setor, ao mesmo tempo em que atesta a qualidade da carne produzida no Estado, certificando-a para o mercado internacional e nacional”, pontuou.

Para o presidente do Sindicato da Indústria Frigorífica de Mato Grosso (Sindifrigo/MT), Luiz Freitas Martins, uma das soluções que precisa ser tomada de imediato é em relação a evasão de bovinos do Estado, o que estaria defasando o mercado de trabalho. “Em 2016, cerca de 2,4 mil empregos deixaram de ser criados em Mato Grosso porque 642,605 mil bovinos foram enviados para fora do Estado”. Na sugestão do empresário essa solução seria por meio do aumento da alíquota de ICMS sobre a venda de bovinos vivos para outros Estados.

Por outro lado, o diretor-executivo da Acrimat, Luciano Vacari, aponta que o problema não está na evasão de bovinos vivos para outros Estados, e sim o oligopólio que empresas como a JBS exerceram sobre o mercado da carne mato-grossense, sendo hoje responsável por 51% dos abates realizados em Mato Grosso. “O resultado disso é que, o produtor está tendo um custo médio de R$ 120 para produzir a arroba do boi gordo, enquanto o preço vendido para a indústria está em R$ 118 a arroba, ou seja, a conta não fecha”, explica.

Para que celeumas históricas que sempre colocaram em lados opostos produtores rurais e indústria frigorífica, é que a melhor solução encontrada pelo deputado Nilson Leitão é a da união dos dois importantes setores para propor soluções que sejam positivas para ambos, e que garantam o abastecimento do mercado interno e externo.
 



INFORMES PUBLICITÁRIOS