Duas terras indígenas de MT estão entre as 10 mais ameaçadas do País

 

Em Mato Grosso, duas terras indígenas (TI) ocuparam o ranking dentre as dez mais ameaçadas pelo risco de desmatamento, no primeiro trimestre deste ano, na Amazônia Legal. São as TIs “Batelão”, do povo kawaiwete, também conhecido como kaiabi e enawenê-nawê, território dos kaiabis.

A informação consta no relatório sobre “Ameaça e Pressão de Desmatamento em áreas Protegidas”, divulgado pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente (Imazon).

O estudo foi feito com base em dados do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), que de janeiro a março de 2022, detectou um total de 687 km² de desmatamento na região amazônica.

A intenção é de que a pesquisa sirva para alertar os órgãos públicos sobre as áreas mais pressionadas e ameaçadas pela devastação e, consequentemente, as que podem ter mais destruição caso ações não sejam tomadas.

“Caso as informações disponíveis fossem utilizadas para a proteção desses territórios, essa devastação poderia ter sido evitada”, afirma Larissa Amorim, pesquisadora do Imazon.

Conforme o relatório, das 598 células que tiveram ocorrência de derrubada de floresta, 441 (74%) indicam ameaça e 157 (26%) pressão em áreas de proteção (AP).

Localizada no norte do Estado, entre os municípios de Juara, Nova Canaã do Norte e Tabaporã, a TI “Batelão” ocupou a sétima posição no ranking ao registrar seis áreas de ameaça.

Já a Enawenê-Nawê, que fica na região noroeste do Estado, entre os municípios de Brasnorte, Juína e Sapezal, aparece em nono lugar, também com seis pontos de ameaça identificados.

As áreas “Trincheira/Bacajá”, no Pará, e a Waimiri Atroari, entre o Amazonas e Roraima AM, foram as mais ameaçadas, com 11 ocorrências cada.

Segundo o Imazon, a ameaça é medida do risco iminente de ocorrer desmatamento no interior de uma área protegida, sendo utilizada uma distância de 10 km para indicar a zona de vizinhança de uma AP na qual a ocorrência de desmatamento indica ameaça.

No documento, o Instituto reforça que “as áreas protegidas representam um patrimônio nacional, e considerando a extensão das áreas na Amazônia Legal (46%), os seus benefícios para manutenção da biodiversidade, estoques de carbono e na geração de serviços ambientais como a regulação do clima, transcendem a fronteira nacional, alcançando relevância global”.

 

FOTO: DIVULGAÇÃO



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