Padre de Sinop tem Habeas Corpus negado pelo STF
A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Rosa Weber, negou um pedido de Habeas Corpos ao padre Nelson Koch, acusado de estuprar e abusar de dois adolescentes no município de Sinop. A decisão foi publicada ontem (14).
No requerimento enviado ao Supremo, a defesa do sacerdote buscava a substituição da prisão preventiva pela domiciliar com aplicação de medidas cautelares.
O religioso teve sua prisão decretada no dia 16 de março desse ano pela 2ª Vara Criminal de Sinop. Nelson Koch já havia sido preso no dia 17 de fevereiro após a denúncia de uma das vítimas à Polícia Civil. No entanto, quatro dias depois ele foi solto.
O processo tramita em segredo de justiça por envolver menores de idade.
De acordo com o delegado Pablo Bonifácio Carneiro, a mãe de uma vítima procurou o plantão da Polícia Civil e declarou que seu filho, de 15 anos, trabalha desde o ano passado na igreja liderada pelo religioso e teria sofrido abusos sexuais praticados em diferentes períodos.
Posteriormente, mãe e filho foram ouvidos na delegacia especializada. Em depoimento especial, conforme prevê a legislação, o adolescente confirmou os abusos sexuais e descreveu que o investigado cometeu os supostos atos criminosos quando o menor de idade tinha sete, 13 e 15 anos.
Outro adolescente, de 17 anos, também ouvido pela Polícia Civil, confirmou que o religioso teria, nos últimos três anos, sem a sua anuência, praticado ato libidinoso com o objetivo de satisfazer a própria lascívia, caracterizando o crime previsto no artigo 215-A do Código Penal.
O delegado destaca que em uma das oitivas, uma das vítimas informou que o religioso, mesmo de forma velada, o ameaçou dizendo que é uma pessoa de influência. “Desta forma, acreditamos que a segregação da liberdade do suspeito irá encorajar outras eventuais vítimas que ainda não tiveram coragem de denunciar”, pontou Pablo Carneiro.
Por outro lado, a defesa afirma que o padre não confessou os supostos crimes, destacando que o delegado foi leviano ao divulgar informações de um processo em segredo de justiça. Além disso, em entrevista coletiva, Márcio de Deus pontuou que Nelson foi vítima de uma "armação" por parte de um dos adolescentes que o denunciou.
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