Justiça retira acusação de homicídio doloso da motorista que atropelou 3 jovens em frente a boate Valley

Por decisão do juiz Wladymir Perri, da 12ª Vara Criminal de Cuiabá, anunciada nesta segunda-feira (24) a motorista Rafaela Screnci da Costa Ribeiro, acusada de atropelar três jovens em frente à boate Valley Pub, em 2018 não será mais acusada de  homicídio doloso, mas, sim, uma conduta culposa, ou seja,  imprudência ou negligência no trânsito. E que não será necessário levá-la a julgamento com tribunal popular, pois não se nquadra em dolo.

No entendimento do juiz, os fatos descritos pela acusação do Ministério Público não caracterizam uma ação de homicídio doloso, quando há intenção de matar. “Apenas a embriaguez e a velocidade pouco acima do permitido no instante do fato não permitem atribuir-lhe de forma alguma o animus necandi [intenção de matar] nem a assunção do risco de matar”, afirmou em trecho da decisão.

Além disso, o magistrado ressaltou ainda que se as três vítimas tivessem atravessado a avenida sem interrupções durante o trajeto, elas teriam concluído a travessia antes que o carro de Rafaela passasse.

O juiz ainda acredita que a conduta de infração de trânsito deverá ser analisada por outro juízo competente.

 

O CASO

O atropelamento aconteceu no  dia 23 de dezembro de 2018 por volta das 5h50 da manhã em frente a Valley.

Na ocasião, Rafaela Screnci da Costa Ribeiro, na época com 33 anos, foi presa em flagrante e autuada no plantão da Polícia Civil pelos crimes de homicídio culposo na direção de veículo e lesão corporal culposa.

Morreram no local a universitária Myllena de Lacerda Inocêncio, de 22 anos, as outras vítimas eram Ramon Alcides Viveiros, 25 anos, que morreu após ficar cinco dias internado no hospital, e Hya Giroto Santos, de 21 anos, a única sobrevivente do atropelamento. Ela foi internada em coma, passou por quatro cirurgias e depois teve alta médica.

Ainda cabe recurso e o MPE já anunciu que vai recorrer.

 

FOTO REPRODUÇÃO

 



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