Uso da Cannabis Medicinal no Esporte
Apesar de ainda enfrentar preconceito de parte da sociedade, o tratamento à base de Cannabis tem evoluído no mundo do esporte. Mas nem sempre foi assim.
Em 2004, a planta foi incluída na lista de substâncias proibidas pela WADA (World Antidoping Agency / Agência Mundial Antidoping). À época, além de o uso ser visto como um mau exemplo aos mais jovens, a justificativa utilizada foi de que a substância poderia melhorar o desempenho esportivo, trazendo risco à saúde do atleta e violando o espírito do esporte.
O tempo passou e, com o avanço de pesquisas científicas a respeito dos benefícios terapêuticos da Cannabis nos últimos anos – inclusive para atletas –, a regulamentação avançou ao redor do mundo e a planta, então, passou a ser considerada uma alternativa bem aceita e viável àqueles que não respondem a tratamentos com medicações tradicionais.
Dessa forma, algumas instituições acabaram por retirar o CBD (canabidiol) – um dos fitocanabinoides mais estudados, com benefícios já comprovados – da lista antidoping. E, em 2018, a própria WADA alterou oficialmente suas regras, retirando o CBD isolado da lista de substâncias proibidas, possibilitando, assim, o uso por atletas de todo o mundo.
Outra mudança importante é que, desde janeiro de 2021, a agência definiu que o THC (tetrahidrocanabinol) – ainda proibido, e outras substâncias presentes na Cannabis devem ser listados como “substâncias de abuso”, para as quais as penas pelo uso são mais brandas e curtas. De qualquer forma, outras ligas esportivas já permitem um nível maior de THC nos testes de dopagem1.
Atualmente, países como Uruguai, Colômbia, Israel, algumas regiões nos Estados Unidos, Canadá e o Brasil já reconhecem o uso da Cannabis medicinal de forma legal.
Benefícios da Cannabis para atletas
A constância e a intensidade da atividade física desempenhada por esportistas acabam impondo altas demandas para os músculos do corpo, causando danos estruturais aos tecidos e desencadeando uma resposta inflamatória local – fundamental para que a musculatura se recupere e vá ficando maior e mais forte. A ausência desse processo impede que o tecido muscular se recupere adequadamente e, em excesso, pode causar danos celulares – que é o caso dos atletas de alto rendimento que, após um tempo, acabam sofrendo com diferentes lesões pelo corpo. A própria pressão por resultados no esporte aumenta a intensidade desse tipo de impacto, além de prejudicar o sono e a saúde mental do esportista.
E é aí que entra a Cannabis, que tem sido mais um aliado para esse público por conta de suas propriedades anti-inflamatórias, analgésicas, neuro-protetoras e ansiolíticas – que auxiliam no alívio das dores e no tratamento de lesões, além de atuar na ansiedade, insônia e estresse, contribuindo para um melhor rendimento físico desses atletas.2
FOTO Pixabay / CBD-Infos-co
