Tenente Ledur é denunciada por tortura e morte de aluno

A tenente Bombeiro Militar Izadora Ledur de Souza Dechamps foi denunciada pelo Ministério Público Estadual Mato Grosso , por meio da 24ª Promotoria de Justiça Criminal de Cuiabá Especializada da Defesa da Administração Pública e Ordem Tributária a prisão preventiva por tortura e morte do aluno Rodrigo Patrício Lima Claro ocorrida durante treinamento sob seu comando no dia no dia 10 de novembro de 2016. Além dela, outros 5 militares também foram denunciados pelo mesmo crime.

O treinamento de atividades aquáticas aconteceu em ambiente natural do 16º Curso de Formação de Soldado Bombeiro do Estado de Mato Grosso realizado na Lagoa Trevisan em Cuiabá, no qual Rodrigo teve dificuldades para desenvolver atividades como flutuação, nado livre, entre outros exercícios e que o fato foi ignorado pelos responsáveis que estavam no local castigando o soldado que conforme testemunhas sofreu intenso sofrimento físico e mental com uso de violência. A atitude teria sido a forma utilizada pela tenente Izadora Ledur para punir Rodrigo por ele ter apresentado mau desempenho nas atividades dentro da água.

E que as atividades não foram paradas apesar dele ter reclamado de muita dor de cabeça, olhos vermelhos e vomitando água. O aluno inclusive chegou a se jogar no chão na posição fetal e com as pernas encolhidas por não conseguir ficar em pé. Nesse momento, a tenente teria humilhado-o perante todos.

Outros bombeiros militares presentes no treinamento e também denunciados omitiram socorro a Rodrigo consentindo assim com a atitude criminosa da denunciada.

E depois de tudo que passou o soldado buscou socorro sozinho até o 1o BBM-Batalhão de Bombeiro Militar, localizado na Av. Agricola Paes de Barros, no bairro Cidade Alta, em Cuiabá para se apresentar ao Tenente-Coronel responsável pelo 16o CFSD, Licinio Ramalho Tavares e justificar a sua saída do treinamento, sendo utilizada para realizar tal trajeto, uma motocicleta de sua propriedade. Chegando lá foi levado a Policlínica do Verdão apresentando fortes dores de cabeça e por mais de uma vez sofreu crise convulsiva, oriundas dos inúmeros afogamentos sofridos durante a instrução. Ele foi levado então para o Hospital Jardim Cuiabá sob suspeita de AVC onde foi submetido a uma cirurgia de emergência para tentar reverter o seu quadro clínico que foi relatado pelo neurocirurgião como grave.

Rodrigo acabou falecendo no dia 15 de novembro às 22h.

Segundo o Ministério Público, o deslocamento de Rodrigo até o Batalhão para os primeiros socorros ocorreu em função de não haver na Lagoa Trevisan nenhuma Unidade de Resgate Móvel do Corpo de Bombeiros.

Para o MP a sessão de tortura física e mental cometida pela tenente poderia ter desencadeado esse quadro clínico na vítima, levando-o a óbito.

 



INFORMES PUBLICITÁRIOS