Brasil gera mais de 80 milhões de toneladas de lixo todos os anos e recicla menos de 4%

No dia 07 de junho é comemorado o Dia Nacional de Luta dos Catadores de Materiais Recicláveis. A data busca conscientizar a população sobre a importância do manejo de resíduos e o impacto que isso traz para a sociedade. O Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR), declarou que, hoje, existem cerca de 800 mil agentes ambientais no Brasil, também conhecidos como catadores de lixo.

A profissão dos Catadores foi reconhecida em 2002 pela Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), sendo profissionais que recolhem, selecionam e vendem todo tipo de material que possa ser reciclável. Apesar de tamanha importância, esses trabalhadores sofrem com uma série de problemas, como a contaminação por alguma doença em meio ao lixo, cortes e sangramentos por descartes irresponsáveis, riscos de atropelamento por veículos, exposição excessiva às variações climáticas e a violência nas ruas.

Para Alex Araujo, CEO da 4Life Prime Saúde Ocupacional, uma das maiores empresas no segmento de saúde e segurança do trabalho, a criação de associações e cooperativas com estrutura de atendimento para esses profissionais poderiam ajudar a minimizar essa questão. “ Hoje já existem várias organizações de atendimento que ajudam e apoiam esses trabalhadores, oferecendo automóveis para coletar o material descartado, galpões para a separação do lixo, prensas para reciclagem e materiais de proteção ao trabalhador.”

De acordo com o levantamento do último Diagnóstico de Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos do Brasil (MDR) revelou que o país gera mais de 80 milhões de toneladas de lixo todos os anos e recicla menos de 4%. A capital paulista vem como líder no ranking de resíduos, aproximadamente cada cidadão gera em torno de meia tonelada de lixo por ano, sendo 40% descartado incorretamente e menos de 10% reciclado.

Segundo dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos (ABRELPE), um quarto das cidades brasileiras não possuem coleta seletiva, ou seja, são cerca de 1400 municípios continuam sem nenhuma política pública que incentive e promova a separação do lixo reciclável entre a população.

Além do impacto ambiental, as estimativas da associação apontam que o Brasil perde pelo menos R$14 bilhões todos os anos com resíduos descartados em aterros sanitários. “Para promover a conscientização da população é necessário que ela aprenda sobre a educação ambiental. Empresas e corporações podem organizar treinamentos, palestras com seus funcionários, instalações de lixeiras de coleta seletiva, a fim de incentivar a conscientização e o hábito de reciclar no ambiente de trabalho”, finaliza Araujo.

A coleta seletiva é de extrema importância para o mundo moderno, que convive com o consumo exacerbado. O especialista ainda complementa que quando reciclamos e damos uma nova função aos materiais, contribuímos com a conservação ambiental. “Ao reciclarmos papel, reduzimos a produção deles e, consequentemente, a derrubada de árvores que são sua matéria-prima. Ou seja, a reciclagem é um ciclo de benefícios”, complementa o especialista.


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