Quais os avanços além da transição energética?

Ao fim de mais uma COP, enquanto as discussões sobre a transição energética avançaram, outros temas relevantes para a contenção das mudanças climáticas ganharam ênfase durante o evento, como a economia circular, a alimentação e agricultura e, especificamente no Brasil, também a preservação das florestas e a contribuição indígena.

Análise: Luísa Santiago, diretora executiva da Fundação Ellen MacArthur na América Latina

Pelo quarto ano consecutivo nós vemos a economia circular ganhando cada vez mais espaço dentro das discussões da COP. Essa ampliação do tema é fundamental para avançar na contenção das emissões de carbono, visto que a transição energética é capaz de resolver apenas 55% das emissões, enquanto o restante depende de uma mudança na produção e consumo de produtos e alimentos.

Este espaço cresceu inclusive dentro das discussões brasileiras, com a condução de 5 painéis que tiveram a economia circular como tópico central, e com o lançamento do Plano de Transformação Ecológica que tem a economia circular como um dos eixos. A visão predominante sobre o tema ainda está voltada para ações de reciclagem e gestão de resíduos. Contudo, vemos que há um avanço no entendimento de que para desencadear uma mudança efetiva e sistêmica precisamos redesenhar os modelos de negócio, os produtos e sua produção para sequer gerar resíduos ou poluição e para regenerar a natureza.

Essa discussão mais ampla de economia circular também permeia outros assuntos discutidos dentro da COP, como a segurança alimentar, agricultura de baixo carbono, florestas e bioeconomia. Esses foram eixos temáticos dos painéis apresentados no Pavilhão do Brasil, demonstrando como estamos cada vez mais preocupados em ter uma atividade econômica que seja regenerativa desde o princípio. Esperamos que as discussões sobre regeneração da natureza - que é um dos princípios da economia circular - acelerem nos próximos dois anos até a COP30, em Belém.

 

Fundação Ellen MacArthur na COP28: elevando as discussões sobre economia circular

Durante a COP28, a Fundação Ellen MacArthur esteve presente em 12 painéis e importantes discussões que contribuíram para mostrar os caminhos práticos de contenção das mudanças climáticas no âmbito da economia circular. Destacamos abaixo alguns desses encontros:

Economia circular e descarbonização: desafios da indústria brasileira

Pavilhão do Brasil;
Participação de Luisa Santiago, diretora executiva na América Latina da Fundação Ellen MacArthur, ao lado de Adalberto Maluf, Secretário Nacional do Meio Ambiente e Qualidade Ambiental (MMA), Victor Argentino, do Instituto Pólis, Dione Manetti, do Instituto Pragma e Aline Sousa, da Central das Cooperativas de Trabalho de Materiais Recicláveis do Distrito Federal (Centcoop-DF);
Circularidade como um divisor de águas para a ação climática: pesquisa aplicada e soluções econômicas

Organizado pela UN PAGE;
Moderação realizada por Miranda Schnitger, líder de clima na Fundação Ellen MacArthur;
Caminho para os objetivos de Paris: pista para o neutro em carbono na indústria da moda

Organizado pela UNFCCC;
Participação de Ellen MacArthur, fundadora da Fundação Ellen MacArthur;
Fórum de economia circular dos EAU: moldando e financiando futuros circulares

Pavilhão dos Emirados Árabes Unidos;
Participação de Ellen MacArthur, fundadora da Fundação Ellen MacArthur.
Para saber mais sobre a Fundação Ellen MacArthur na COP28, acesse: ellenmacarthurfoundation.org/climate/cop

Você pode encontrar fotos dos painéis em anexo. E caso tenha interesse em entrevistas com Luisa Santiago ou Miranda Schnitger, estamos à disposição.

 

Bioeconomia, que teve espaço na COP, ganha destaque com o Brasil na presidência do G20

Ao assumir a presidência do G20 no dia 1° deste mês, o Brasil anunciou que terá como uma de suas três prioridades o enfrentamento das mudanças climáticas e a promoção do desenvolvimento sustentável em suas dimensões econômica, social e ambiental. Em outra ocasião, anunciou-se que a presidência brasileira no grupo teria também uma iniciativa de bioeconomia.

Análise: Luísa Santiago, diretora executiva da Fundação Ellen MacArthur na América Latina

A prioridade da presidência para o desenvolvimento sustentável e, em especial, para a bioeconomia demonstram que o Brasil está disposto a aproveitar os seus recursos naturais de maneira a gerar prosperidade no longo prazo. Para que isso aconteça, é importante que bioeconomia não seja vista sob uma lógica linear, que segue degradando a natureza e desperdiçando os recursos.

Existe uma grande oportunidade de movimentar a bioeconomia mantendo as florestas em pé e proporcionando melhor qualidade de vida para as populações que nela vivem. Esperamos que o Brasil lidere pelo exemplo e demonstre que regenerar a natureza e gerar prosperidade econômica andam juntos.

 

Voltamos na próxima semana. Até breve!


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