Barroso: Quem perdeu não pode mudar as regras, Julgamento de Bolsonaro testa solidez da democracia

Redação

Na véspera do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete acusados de tentativa de golpe de Estado, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, defendeu que o processo transcorra com "serenidade" e estrito respeito à Constituição. Segundo ele, o momento é decisivo para encerrar o que chamou de "ciclo do atraso" no país.

> “Quem perdeu não pode mudar as regras do jogo”, afirmou Barroso durante palestra no Rio de Janeiro. “Nosso papel é julgar com base na Constituição, com serenidade, mas sem omissão. Estamos lá para servir ao Brasil da melhor forma possível.”

As sessões do julgamento nesta terça-feira, 2 de setembro, e devem se estender ao longo da semana. Bolsonaro e os demais réus são acusados de crimes como:

Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito,

Formação de organização criminosa armada,

Golpe de Estado.

O caso é considerado um teste crucial para a resiliência das instituições democráticas brasileiras, e vem sendo acompanhado com atenção tanto dentro quanto fora do país.

Segurança reforçada

A Polícia Federal reforçou a vigilância na casa de Jair Bolsonaro, em Brasília, após a apreensão de um rascunho de pedido de asilo político na Argentina, o que levantou suspeitas de uma possível tentativa de fuga. O ex-presidente cumpre prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica e, segundo sua defesa, não comparecerá presencialmente ao julgamento alegando motivos de saúde.

Julgamento como marco histórico

Especialistas apontam que, independentemente do desfecho, o julgamento representa um divisor de águas na história recente do Brasil.

> “A democracia não exclui a divergência, mas ela precisa acontecer dentro das regras do jogo”, destacou Barroso.

O processo não apenas julga crimes, mas também reafirma os limites democráticos diante de crises institucionais e pode marcar o encerramento de um ciclo de instabilidade iniciado nos últimos anos. 



INFORMES PUBLICITÁRIOS