Brasil registra queda recorde em áreas queimadas e focos de calor no primeiro semestre de 2025
O Brasil alcançou uma redução significativa nas áreas atingidas por queimadas e no número de focos de calor nos primeiros seis meses de 2025, segundo dados divulgados pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) nesta quarta-feira, 2 de julho. Em comparação com o mesmo período de 2024, houve uma queda de 65,8% nas áreas queimadas, passando de 3,1 milhões para 1 milhão de hectares. O número de focos de calor também caiu 46,4%, atingindo o menor patamar desde 2018, com 19.277 registros contra 35.938 no ano anterior.
Os dados foram coletados pelo Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (Lasa), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e pelo sistema BDQueimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, destacou que a redução é resultado de uma série de medidas adotadas pelo governo federal, em parceria com estados, municípios e a sociedade civil, para prevenir e combater incêndios florestais.
Menor severidade da seca e ações do governo contribuem para redução
A queda nas áreas queimadas e nos focos de calor foi observada em quatro dos seis biomas brasileiros. Segundo Marina Silva, a menor severidade da seca em 2025, aliada aos esforços do governo, foram determinantes para os resultados positivos. “A mudança do clima tem como um de seus impactos a intensificação dos incêndios florestais. Temperaturas mais elevadas, menos precipitação e aumento da quantidade de dias consecutivos sem chuvas tornam a floresta mais suscetível à queima”, explicou a ministra.
Biomas com maior redução: Pantanal e Amazônia lideram
O Pantanal foi o bioma que apresentou a maior redução proporcional, com uma queda de 97,8% nas áreas queimadas, passando de 607,9 mil hectares em 2024 para 13,4 mil hectares em 2025. O número de focos de calor também caiu 97,6%, com apenas 86 registros no primeiro semestre deste ano, contra 3,5 mil no mesmo período do ano anterior.
A Amazônia também teve um desempenho expressivo, com redução de 75,4% nas áreas queimadas, que passaram de 1 milhão para 247,9 mil hectares. Os focos de calor caíram 61,7%, com 5.169 registros em 2025, contra 13.489 em 2024.
Outros biomas, como a Mata Atlântica e o Cerrado, também registraram quedas significativas. Na Mata Atlântica, as áreas queimadas diminuíram 69,7%, enquanto os focos de calor caíram 33,3%. No Cerrado, a área queimada teve redução de 47%, e os focos de calor diminuíram 33,1%.
Caatinga e Pampa: únicos biomas com aumento
Enquanto a maioria dos biomas apresentou redução, a Caatinga e o Pampa tiveram aumento nas áreas queimadas e nos focos de calor. Na Caatinga, as áreas queimadas subiram de 34.426 para 38.374 hectares, e os focos de calor aumentaram de 1.632 para 2.161. No Pampa, as áreas queimadas passaram de 7,1 mil para 11,5 mil hectares, e os focos de calor aumentaram de 123 para 388.
Medidas do governo para combater incêndios
O governo federal implementou uma série de ações para prevenir e combater incêndios florestais em 2025. Entre as principais medidas estão:
Contratação de brigadistas: Em 2025, foram contratados 4.385 brigadistas federais, o maior efetivo da história, com aumento de 26% em relação ao ano anterior.
Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo: Sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em julho de 2024, a política fortalece a ação conjunta entre União, estados e municípios e amplia medidas de prevenção e controle de incêndios.
Fundo Amazônia: Desde 2023, o fundo destinou R$ 405 milhões para apoiar os Corpos de Bombeiros nos nove estados da Amazônia Legal. Desse total, R$ 370 milhões já foram contratados.
Reforço na frota aérea: Em janeiro de 2025, o Ibama recebeu sete novos helicópteros para operações de combate a incêndios, aumentando em 75% a capacidade de transporte de agentes e brigadistas, em 40% as horas de voo e em 133% a capacidade de lançamento de água.
Encontros periódicos com especialistas: O governo federal promove reuniões regulares com especialistas de órgãos públicos e universidades para analisar as projeções climáticas e o risco de incêndios.
Conclusão
A redução nas áreas queimadas e nos focos de calor no primeiro semestre de 2025 é um reflexo dos esforços do governo federal e da menor severidade da seca em comparação com o ano anterior. No entanto, a situação ainda exige atenção contínua, especialmente nos biomas da Caatinga e do Pampa, que registraram aumento nos indicadores. O governo segue comprometido com a prevenção e o combate aos incêndios florestais, implementando políticas e ações para proteger os biomas brasileiros.