Em Israel, Trump fala em fim de uma era de terror e morte.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, discursou no Parlamento de Israel nesta segunda-feira, 13, e afirmou que a libertação dos últimos réfens israelenses sobreviventes pelo Hamas e o encerramento da guerra na Faixa de Gaza é "o fim de uma era de terror e morte".
"Depois de dois anos terríveis na escuridão, 20 reféns estão voltando para os braços de suas famílias, é um dia glorioso. Outros 28 entes queridos vão voltar para descansar no seu solo sagrado. Depois de tantos anos de guerra, as armas estão silenciosas e o sol está nascendo numa região de paz, uma região que vai viver, se Deus quiser, em paz por toda a eternidade", iniciou Trump.
"Não é apenas o fim de uma guerra, é o fim de uma era de terror e morte, o início de uma era de fé e esperança. É o início de uma uma longa harmonia para Israel e todas as nações, uma região que vai ser magnífica. Acredito muito nisso. É um novo Oriente Médio que está nascendo", acrescentou.
O republicano foi ovacionado de pé ao discursar no Knesset, o Parlamento israelense, e disse que o término do conflito entre Israel e Hamas promove a paz no Oriente Médio.
Durante sua fala, Trump também agradeceu o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. "Quero expressar a minha gratidão para um homem de muita coragem, que fez muito para tornar esse momento possível. Ele não é facil de negociar, mas é isso que o faz grande. Muito obrigado pelo grande trabalho", disse.
Deputados interrompem Trump.
O discurso de Trump foi interrompido por dois deputados árabes. Ayman Odeh e Ofer Cassif, da coalizão de esquerda Frente Democrática pela Paz e Igualdade (Hadash), levantaram cartazes com a palavra "genocida" no momento em que o líder americano falava e foram removidos à força do Knesset.
Os outros deputados aplaudiram a expulsão dos dois colegas, enquanto Trump retomou o discurso dizendo que a ação das forças de segurança foi "muito eficiente". A interrupção durou cerca de um minuto.
Na sequência, ele enfatizou que este é um "amanhecer histórico de um novo Oriente Médio" e agradeceu também às nações árabes que ajudaram nas negociações. Para ele, é um "triunfo incrível" que todos tenham trabalhado juntos.
De acordo com Trump, oito guerras foram resolvidas em oito meses e essa foi rápida. "Ontem eu dizia sete, agora eu digo oito guerras, porque os reféns estão de volta".
Libertação dos réfens
O Hamas libertou os últimos 20 reféns israelenses sobreviventes nesta segunda-feira, 13, sob um acordo de cessar-fogo mediado pelos Estados Unidos, um grande passo para encerrar dois anos de guerra devastadora em Gaza, enquanto o presidente Donald Trump proclamava o "amanhecer histórico de um novo Oriente Médio".
As Forças Armadas israelenses disseram ter recebido todos os reféns confirmados como vivos após sua transferência de Gaza pela Cruz Vermelha, o que provocou aplausos, abraços e choro entre milhares de pessoas que aguardavam na "Praça dos Reféns" em Tel Aviv.
Ônibus transportando palestinos libertados das prisões israelenses como parte do acordo também chegaram a Gaza, disse à Reuters uma autoridade envolvida na operação.
"Os céus estão calmos, as armas estão silenciosas, as sirenes estão em silêncio e o Sol nasce em uma Terra Santa que finalmente está em paz", deve dizer Trump ao Knesset, parlamento de Israel, em um discurso antes de voar para o Egito para uma cúpula com o objetivo de criar condições para uma paz duradoura em Gaza.
No entanto, ainda existem grandes obstáculos até mesmo para uma resolução duradoura do conflito em Gaza, quanto mais para o conflito israelense-palestino mais amplo ou para outras grandes divisões que ocorrem no Oriente Médio.
O republicano embarcou para Israel tanto para discursar no Parlamento de Israel quanto para se reunir com famílias de reféns, que foram libertados nesta manhã após mais de dois anos de conflito.
Futuro de gaza
A libertação dos reféns e dos detidos palestinos formam um aspecto crítico da primeira fase do acordo de cessar-fogo concluído na semana passada no resort egípcio de Sharm el-Sheikh, onde será realizada a cúpula de segunda-feira.
Mais de 20 líderes mundiais avaliarão os próximos passos do plano de 20 pontos de Trump que visa garantir uma paz duradoura após dois anos de guerra que começou com o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, que matou cerca de 1.200 pessoas e fez 251 reféns.
Desde então, ataques aéreos, bombardeios e ataques terrestres blindados israelenses devastaram Gaza, matando mais de 67.000 palestinos, segundo as autoridades de saúde do enclave, causando um desastre humanitário.