Disputa pelo Governo de Mato Grosso em 2026: PL mantém Wellington Fagundes, mas Bolsonaro sinaliza apoio a Pivetta
A sucessão estadual em Mato Grosso em 2026 promete ser uma das mais acirradas do país, com possibilidade de um segundo turno histórico entre nomes de peso. O cenário ficou ainda mais complexo após o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sinalizar apoio ao vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos), mesmo com o Partido Liberal (PL) mantendo oficialmente o senador Wellington Fagundes como seu pré-candidato ao Palácio Paiaguás.
O racha no PL e a "dívida quitada" de Bolsonaro
Apesar de Wellington Fagundes ser o nome oficial do PL, articulações nos bastidores revelam que Bolsonaro prefere Pivetta, alegando que sua "dívida política" com o senador foi quitada em 2022, quando o ajudou a se eleger ao Senado no palanque do governador Mauro Mendes (União Brasil). Além disso, Bolsonaro teria rejeitado qualquer associação com a deputada Janaina Riva (MDB), cotada para ser vice de Wellington, devido a desgastes políticos anteriores.
O presidente estadual do PL, Ananias Filho, afirmou que "tudo continua como antes", garantindo que Wellington segue como candidato do partido. No entanto, a divergência com a cúpula nacional, que inclui Valdemar Costa Neto e o próprio Bolsonaro, pode abrir um racha no PL em Mato Grosso.
Disputa acirrada e chance de segundo turno
Se Pivetta confirmar sua candidatura com o respaldo de Bolsonaro e do governador Mauro Mendes, a eleição em Mato Grosso pode ter pela primeira vez um segundo turno entre duas forças políticas expressivas:
Wellington Fagundes (PL): Representa a ala tradicional do partido, com base no Legislativo e em setores do agronegócio.
Otaviano Pivetta (Republicanos): Contaria com a máquina do governo estadual e o apoio informal de Bolsonaro, além do União Brasil.
Outros nomes, como o ex-ministro Carlos Fávaro (PSD) e o ex-prefeito de Cuiabá Emanuel Pinheiro (MDB), também podem entrar na disputa, tornando o cenário ainda mais competitivo.
O que está em jogo?
A polarização em Mato Grosso reflete a fragmentação nacional da direita bolsonarista. Se Bolsonaro oficializar o apoio a Pivetta, o PL pode enfrentar uma crise interna, dividindo eleitores e aliados. Por outro lado, Wellington Fagundes busca consolidar sua candidatura sem depender do ex-presidente, apostando em sua trajetória política e no apoio de lideranças locais.
Uma coisa é certa: a eleição de 2026 em Mato Grosso será marcada por alianças inéditas, rachas políticos e a possibilidade de um segundo turno explosivo. O estado, que sempre decidiu no primeiro turno, pode escrever um novo capítulo em sua história eleitoral.
Fique de olho: Os próximos meses devem definir se o PL manterá a unidade ou se verá sua base dividida entre dois projetos distintos. Enquanto isso, Bolsonaro e Valdemar Costa Neto terão que decidir se reforçam o partido ou priorizam alianças pessoais.




