Julho: mês da conscientização e alerta para o câncer ginecológico
Considerado uma das principais causas de morte de câncer nas mulheres, os tipos de câncer ginecológico são pauta de conscientização neste mês de julho. Estamos falando de: câncer de ovário, vulva e endométrio, além do colo do útero, o mais comum entre todos eles. A médica Danielly Gobbi, cirurgiã oncológica da Clínica Oncomed, explica que cada tipo tem uma faixa etária com maior incidência.
“Os cânceres ginecológicos de forma geral têm faixas de idades preferenciais para cada tipo. Na mulher jovem, vamos pensar em câncer de colo de útero e na mulher a partir de 50 anos câncer de ovário, endométrio e vulva”, comenta. “Estamos vendo hoje que o câncer do colo de útero está cada vez mais frequente em mulheres mais novas”, sinaliza.
O câncer do colo do útero é uma doença que se desenvolve a partir do contagio do papiloma vírus humano - HPV. “A transmissão do HPV é essencialmente sexual e o uso de preservativos é muito importante, mas não é suficiente para a prevenção, já que é transmitido pelo simples contato pele com pele infectada” explica.
A doutora faz um alerta para as mulheres procurarem o ginecologista pelo menos uma vez ao ano. “Aconselhamos as mulheres com vida sexual ativa a colher o preventivo, o Papanicolau, e terem a genitália examinada periodicamente. A lesão inicial em geral é potencialmente curável quando diagnosticada a tempo”.
No caso de câncer de colo de útero existe uma vacina contra o HPV disponível na rede pública. A vacina bivalente está disponível na rede pública a partir dos 9 anos e sem limite de idade. Na rede privada é disponível a vacina quadrivalente que pode ser realizada dos 9 aos 45 anos na mulher. Importante lembrar que homens também devem ser vacinados.
Os casos iniciais são geralmente assintomáticos e os sintomas mais frequentes são dor e sangramento no ato sexual ou desconforto abdominal persistente, mas estes só aparecem em casos já adiantados.
“O cuidado continuo com a saúde da mulher sexualmente ativa é pilar de sustentação do diagnóstico e da cura em potencial já que se trata de um dos cânceres passíveis de prevenção”, afirma.
De acordo com a médica, “Podemos dizer que o câncer de ovário é um achado, já que é assintomático. Geralmente a paciente faz um exame de ultrassom transvaginal e descobre uma lesão ovariana. Por isso é importante a rotina de ir ao médico, de acompanhar e de falar vim aqui só para te ver”, brinca.
Quanto ao câncer de endométrio, os principais sintomas são o sangramento após a menopausa. Os grupos de risco para este câncer são as pacientes tabagistas, hipertensas e diabéticas nas quais este sintoma deve ser mais valorizado.
Por fim, o câncer de vulva, menos frequente, ocorre em pacientes idosas e se manifesta com feridas na região genital dolorosas, que não cicatrizam e por vezes sangram.
O diagnóstico em si não resume somente a ler o exame, e expor o resultado. Todo o processo de diagnosticar e contar para a paciente é uma das partes mais sensíveis de todo o procedimento, justamente por ser o primeiro contato daquela mulher com a doença. De acordo com Danielly, a abordagem multiprofissional da equipe e o acompanhamento fazem toda a diferença.