Difusão científica através de réplicas de dinossauros
Existem duas formas de demonstrar ciência, uma é pela divulgação científica e a outra pela difusão científica. Formado em História e especialista em anatomia de dinossauros, Carlos Scarpini se dedica ao estudo da paleontologia há quase 30 anos, criando réplicas de dinossauros que habitaram a Terra há cerca de pelo menos 65 milhões de anos, para despertar o interesse e levar conhecimento científico a população, através de paleo réplicas que reproduzem os dinossauros originais.
Com 115 peças já criadas, suas obras estão expostas nos principais museus e institutos de pesquisas do Brasil, como no Museu da Geodiversidade da Universidade Federal do Rio de Janeiro e na Universidade de São Paulo (USP), além de peças em acervos particulares em Portugal e no Canadá. Scarpini é o construtor do famoso dinossauro Pycnonemosaurus nevesi, exposto no museu casa dom Aquino, e está em sua terceira visita a Cuiabá, para fazer o restauro da réplica que já tem quase nove anos. Segundo ele, a construção do dinossauro levou cerca de 40 dias, além de todo o trabalho de pesquisa que durou cerca de dois meses.
O processo de reprodução de um dinossauro é longo e começa muito antes da construção da réplica. Um fóssil nunca é encontrado inteiro e geralmente está muito danificado com os desgastes do tempo. É necessário um trabalho minucioso, demorado e técnico que leva, em média, de dois a três meses de pesquisa para coletar todas as informações do dinossauro, muitas vezes precisando autorizações, visitas técnicas em museus e até mesmo viagens para o exterior. Só depois desse longo processo de pesquisa, a réplica é confeccionada, utilizando materiais como espuma, isopor e ferro.
Infelizmente, no Brasil ainda há uma grande deficiência de paleo réplicas de dinossauros e, consequentemente, poucas obras expostas para a população. Com o intuito de difundir ciência e apresentar de forma educativa e ilustrada, o Museu de História Natural Casa Dom Aquino está com um projeto em andamento para a construção de mais um dinossauro para compor o espaço aberto para visitação. Com quase 20 metros de comprimento e cerca de 3,5 metros de altura, o novo dinossauro que já está em fase de pesquisa pelo paleoartista Carlos Scarpini, vai trazer para toda a população mato-grossense ainda mais conhecimentos sobre esses animais que já habitaram a Terra há milhões de anos.
A criação dessas réplicas é uma forma de levar ciência para as pessoas, por meio de exposições e oficinas, trabalhando o tema com uma linguagem popular, para que todos possam compreender e se interessar pelo universo científico e pela história do nosso planeta. “A possibilidade de ser cientista é um privilégio de poucos, mas o acesso à ciência, é um direito de todos”, conclui Scarpini.