Advogado é acusado de agredir policial em Guarantã do Norte
O advogado Marcus Augusto Giraldi Macedo, presidente da subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Peixoto de Azevedo, MT é acusado de agredir a investigadora de Polícia Civil Poliana Schrammel, lotada em Guarantã do Norte, a 721 km de Cuiabá. No vídeo gravado pela investigadora, o advogado aparece gritando e discutindo com a investigadora.
Tudo foi registrado pela investigadora que relatou ao Sindicato dos Investigadores de Polícia do Estado de Mato Grosso (Sinpol-MT), que na última quinta-feira (14), por volta das 18h30, ele teria invadido a delegacia com uso de força sob a alegação de que pretendia falar com suas clientes que estavam presas.
Só que como ela estava sozinha no plantão e era responsável por 12 presos, sendo 06 mulheres não poderia liberar até chegar reforço policial, que seria um protocolo que o advogado se negou a cumprir. “A investigadora estava sozinha tomando conta de presos, o que é ilegal e só ocorre por deficiência do Estado que está transformando delegacias em cadeias públicas e desviando investigadores de suas funções. Quando o advogado chegou, a policial estava acompanhando presas que precisavam ir ao banheiro e por isso demorou a atendê-lo. Quando o fez pediu que esperasse a chegada de reforço, protocolo policial que deve ser seguido e que o presidente da OAB deveria conhecer bem. Contundo, ele ficou irritado e de forma desrespeitosa invadiu a delegacia aos berros tentando intimidar a policial. Atitude repugnante e reprovável”, disse Edleusa Mesquita, presidente do Sinpol-MT.
Então como ele começou a esbravejar ela gravou do próprio celular o vídeo.
O advogado disse a emissora de TV da Centro América que apenas se defendeu. “Essa policial já é conhecida por todos os advogados por desrespeitar as prerrogativas do advogado. Cheguei, bati na porta por um tempo, liguei para o telefone do plantão e eu vi que alguém espiou, botou a cabeça para ver quem estava do lado de fora e voltou para dentro. Passou mais uns 10 ou 15 minutos e aí sim a pessoa abriu a porta. Quando ela abriu a primeira pergunta que ela fez foi: o que é que o senhor quer aqui doutor? Eu disse que queria falar com minhas clientes que havia chegado de viagem aquela hora. Ela disse que era uma falta de respeito eu chegar na delegacia aquela hora e começou a me agredir verbalmente", explicou.
Segundo o advogado ele “previamente havia ligado para o delegado regional antevendo que ela poderia causar algum problema em relação ao acesso”. “Eu falei que ia entrar porque a lei prevê que eu posso fazer isso. Eu estava no exercício da minha profissão. Eu liguei para o delegado regional e perguntei se havia algum problema de eu estar ali e ele disse que não. Nesse momento ela mudou a conversa. Eu tenho a consciência tranquila, se quiserem fazer a representação, estou pronto a responder. Eu só queria que ela compartilhasse o vídeo de forma integral!”, disse ele.
Segundo a presidente do Sinpol, a alegação do advogado não se sustenta. Trata-se de um caso claro de assédio moral, de abuso e desrespeito a autoridade. “Não é plausível que um advogado que está à frente da direção de uma subseção da OAB não saiba disso. Já denunciamos o caso à diretoria-geral da PJC, à Secretaria de Estado de Segurança Pública, ao Ministério Público e à própria OAB e esperamos que casos como esses não voltem a ocorrer. Função de investigador é investigador, não tomar conta de prédio público ou custodiar presos. Exigimos respeito!”, disse Edleusa Mesquita.