Rondon: do nascimento a oficial do Exército
Conhecer a vida e a obra de Rondon é ter a certeza de que Deus existe! É inimaginável que um menino órfão desde muito novo, nascido numa pequena comunidade do interior do desértico e longínquo Mato Grosso (Mimoso), em 1865, filho de pequenos camponeses do Pantanal, poderia ter se tornado herói nacional.
Rondon é o único brasileiro a ser nome de um estado da federação, nomina um meridiano no globo terrestre (o de nº 52), foi indicado 3 vezes para o prêmio Nobel da Paz, é um dos 24 heróis nacionais, tem seu nome em letras de ouro nos Estados Unidos, primeiro presidente da FUNAI, marechal do exército, doutor honoris causa em diversas universidades estrangeiras, dentre tantos feitos impressionantes.
Cândido Mariano da Silva não nasceu Rondon! Não possuía esse sobrenome em sua certidão de nascimento. Seu pai (Cândido Mariano da Silva) morreu 4 meses antes do seu nascimento e sua mãe (Claudina de Freitas Evangelista da Silva), faleceu antes do guri completar 3 anos.
Era filho único. Seu tio Manoel Rodrigues da Silva, cumprindo “jura” ao irmão no leito da morte, trouxe o pequeno Cândido com 7 anos para Cuiabá, tornando-se seu tutor. Manoel Rodrigues da Silva, era constantemente constrangido com um homônimo que vivia praticando trambiques na capital. Resolveu acrescentar ao nome, o sobrenome Rondon.
O menino Cândido veio para estudar e aos 16 anos licenciou-se como professor primário, pelo Liceu Cuiabano, em 1881. Dias após sua formatura como docente ingressou no Exército em Cuiabá, mas sonhava em seguir carreira militar no Rio de Janeiro. Foi nesse momento que Cândido Mariano da Silva adotou o sobrenome Rondon, em homenagem ao seu tio tutor, conseguindo junto ao Ministério da Guerra autorização para acrescentar Rondon ao seu nome.
Ao chegar no Rio foi servir como recruta, sob o comando do então Hermes da Fonseca (Presidente do Brasil de 1910 a 1914). Não conseguiu matricular-se na Escola Militar da Praia Vermelha, pois os estudos feitos em Cuiabá não eram válidos nas escolas superiores da capital federal.
Rondon é obrigado a entrar na Escola preparatória, com duração de 3 anos de curso. Porém, sua inteligência começa a chamar a atenção dos seus professores. Ao terminar o 1º ano, prestou exame vago para os 2º e 3º ano, sob ceticismo e gozação dos colegas.
Foi aprovado, fato inédito na Escola preparatória para a Academia da Praia Vermelha, precursora da Aman, o que permitiu sua matrícula no curso superior.
Rondon foi declarado Aspirante a Oficial do Exército brasileiro em 1888 e em janeiro de 1890 recebeu o título de engenheiro militar, bacharel em Matemática e Ciências Físicas e Naturais, iniciando uma das mais gloriosas carreiras nas forças armadas do Brasil.
Wilson Santos é professor e deputado estadual por Mato Grosso




