Fazenda do ex-bicheiro João Arcanjo é arrematada por R$ 12 milhões
A fazenda Colibri, com 300 hectares localizada no interior de Mato Grosso, foi arrematada em leilão por quase R$ 12 milhões no último dia 28 de setembro. De acordo com a Advocacia-Geral da União (AGU), o imóvel pertencia a João Arcanjo Ribeiro, que junto com outros réus foi condenado pelos crimes de quadrilha, operação ilegal de instituição financeira, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
O dinheiro será destinado ao Fundo Penitenciário Nacional (Funpen) para a melhoria do sistema prisional brasileiro. Nos últimos meses já foram vendidas cabeças de gado, casas (inclusive uma em Orlando, nos Estados Unidos), além de diversos outros itens do patrimônio do condenado.
A venda foi feita pelo Poder Judiciário conforme defendido pela AGU para que a alienação do patrimônio estimado em quase R$ 800 milhões dos envolvidos nos crimes seja concluído de forma mais ágil. Antes do leilão, a AGU se reuniu com o juízo da 7ª Vara da Justiça Federal, no Estado, e a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas do Ministério da Justiça e Segurança Pública (Senad/MJSP) para discutir as melhores estratégias para viabilizar alienação judicial dos bens.
Conforme a AGU, são diversos imóveis e empresas que foram decretados perdidos em favor da União pela Justiça Federal por configurarem proveito ou produto dos crimes praticados pela organização criminosa. “A AGU atua no caso como assistente de acusação do Ministério Público Federal (MPF)”, destacou por meio da assessoria de imprensa.
Ambas as instituições fizeram um trabalho minucioso para demonstrar a origem de cada bem e seguir o caminho do dinheiro, comprovando que a organização criminosa buscava dar aparência de legalidade aos recursos de forma sofisticada. “Acolhendo os pedidos do MPF e da AGU, a Justiça decretou a perda dos produtos dos crimes em nome de João Arcanjo, de suas empresas, de Silvia Chirata Arcanjo Ribeiro, de Nilson Roberto Teixeira e de outros”, frisou.
As tentativas dos réus de reverter a decisão foram parar no Supremo Tribunal Federal, que negou o recurso e a decisão de primeira instância finalmente transitou em julgado em junho deste ano. A decisão possibilitou que os procedimentos de venda prosseguissem e o leilão da fazenda ocorresse.
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