Greve de servidores atinge sistema penitenciário em MT
Servidores do sistema penitenciário deflagraram greve em Mato Grosso. Desde ontem (16), a categoria mantém somente os serviços essenciais nas 46 unidades prisionais localizadas no Estado. O governador Mauro Mendes (DEM) já afirmou que pretende acionar a Justiça caso a paralisação seja mantida.
A decisão foi tomada em assembleia geral realizada na tarde da última quarta-feira (15), em Cuiabá. Na reunião, foi apresentada à categoria a proposta do Governo Estado quanto ao pedido de valorização salarial da Polícia Penal, uma reivindicação que vem sendo feita há cerca de 10 anos.
“Estivemos em reunião ontem (14) com os secretários na Casa Civil, Mauro Carvalho, e de Segurança Pública, Alexandre Bustamante. A proposta que foi passada pelos representantes do Governo para a categoria é praticamente a mesma que foi apresentada na última assembleia: reposição geral anual (RGA) de 7%, reajuste salarial de 15,27% e vale alimentação R$ 450. E a categoria decidiu manter a greve por tempo indeterminado’, informou Amaury Neves, presidente do Sindicato dos Servidores Penitenciários do Estado de Mato Grosso (Sindspen-MT).
A categoria cobra equiparação salarial a outras categorias da segurança pública, como a de Polícia Civil. Sobre os 15% propostos, a alegação é de que não são suficientes e que também não foi apresentado pelo Governo do Estado um plano gradual para fazer a correção das perdas ao longo do tempo, consequentemente, evitar a paralisação. Atualmente, o policial penal ganha R$ 3,1 mil em início de carreira.
Na assembleia, também foi deliberado que o movimento só será paralisado após a categoria aceitar uma proposta. “No período em que houver negociações a greve será mantida”. Entre os serviços essenciais estão atendimento de urgência à saúde, alvará de soltura, mandado de prisão, alimentação e a própria segurança das unidades. São suspensos serviços como atendimento jurídicos (advogados) e visitas.
Em nota, o Sindspen lembra que os policiais penais fazem a segurança, disciplina, ordem, na execução da pena daqueles que são privados de sua liberdade e isso acarreta consequências nas vidas dos servidores e de seus familiares. “Corremos risco de morte tanto dentro como fora das unidades penais”.
Acrescenta ainda que o agente penal “não pode frequentar, morar ou estudar em qualquer lugar. “Estamos requerendo um tratamento justo, somos o menor salário dentro das forças de segurança pública do Estado, absorvemos muitas atribuições ao longo do tempo, somos uma categoria de ingresso na carreira com nível superior, mas recebemos ainda como ensino médio - o que não ocorre com outras carreiras da segurança pública”, aponta.
No último dia 09, o governador Mauro Mendes disse em entrevista à imprensa que vai acionar o Judiciário caso a decisão seja mantida. "Eu lamento profundamente que eles estejam adotando esse tipo de negociação. Eu não gosto muito desse caminho até mesmo porque eu não pressiono ninguém quando eu quero algo", justificou após a assinatura do contrato do Sistema Estruturado de Ensino, com a Fundação Getúlio Vargas (FGV).
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