MT tem recorde em geração de postos com carteira assinada
A geração recorde de empregos no fechamento de 2021 não é suficiente para esconder o maior saldo negativo na geração de vagas formais para os meses de dezembro, na série histórica de Mato Grosso. Enquanto o ano fecha com quase 70 mil novos postos criados – em mais um ano marcado pela pandemia e seus desdobramentos e incertezas – dezembro eliminou quase 8 mil vagas, contabilizando quase o dobro do que se consolidou em igual mês de 2020.
Segundo dados divulgados há pouco pelo Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Previdência, Mato Grosso encerrou o ano com saldo recorde na geração de empregos formais, àqueles com carteira assinada, somando 69.464 novas vagas. Além de ser um resultado inédito para a série histórica do Estado, as quase 70 mil vagas criadas foram o segundo maior volume do Centro-Oeste e o 12ª maior do País. Goiás foi o maior gerador de empregos na região, somando mais de 109 mil novos postos.
Entre os municípios que mais geraram novas vagas no ano passado está Cuiabá, com 16.705, seguida por Rondonópolis, 6.335, Sinop, 5.752, Várzea Grande, 3.439 e Sorriso, 3.155.
Mesmo com recorde e cravando um crescimento anual de mais de 200% em relação as 21.970 novas vagas de empregos formais criadas em 2020, os dados relativos a dezembro chamam à atenção, mas de forma negativa. No momento em que mais se aguardava pela maior oferta de postos de trabalho – em razão das vagas temporárias de final de ano – Mato Grosso registrou corte inédito, eliminando 7.551 postos de trabalho, o único resultado negativo do ano.
Para se ter uma ideia, em dezembro de 2020 – primeiro ano de pandemia e marcado por restrições de mobilidade, lockdowns e mortes – Mato Grosso eliminava 4.169 postos formais. Em comparação a igual mês do ano passado a expansão foi de quase 81%. Em outras palavras, o Estado quase dobrou a corte de frentes de trabalho em um ano.
Dezembro registrou ainda saldos negativos em quatro dos cinco setores da atividade econômica mato-grossense, somente a Agropecuária fechou com variação positiva, criando 55 novos postos. A Construção Civil eliminou 2.750 postos, o maior volume contabilizado no período. Na sequencia estão: Serviços com -2.750, Indústria com -1.893 e o Comércio com corte de -745 vagas.
Conforme o Caged, o saldo negativo de 7.551 postos cortados em dezembro, resulta da movimentação de contratações e demissões no período, no Estado, em 30.974 e 38.525, respectivamente.
BRASIL - No mês passado, foram registradas 1.437.910 admissões ante 1.703.721 desligamentos. O resultado é pior que o registrado no mesmo mês de 2020, quando foram fechadas 157.474 vagas. Em 2020, o Caged passou por mudanças metodológicas, e especialistas apontam que não é adequado comparar os dados atuais com os da série histórica anterior.
As cinco regiões do país apresentaram saldos negativos de emprego em dezembro. Houve fechamento líquido de vagas no Sudeste (136.120), Sul (78.882), Nordeste (15.823), Norte (13.375) e Centro-Oeste (21.476).
Em sentido oposto, no ano passado o resultado dos 12 meses ficou positivo em todas as cinco regiões: Sudeste (1.349.692), Sul (480.771), Nordeste (474.578), Norte (154.667) e Centro-Oeste (263.304).
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