Capital de MT registra maior taxa de transmissão da doença desde 2020
Seguindo uma tendência nacional, Cuiabá registrou, em janeiro deste ano, a maior taxa de transmissão (Rt) do coronavírus desde o início da pandemia, em março de 2020. Segundo boletim epidemiológico da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), o índice estimado apresentado, na primeira semana de 2022, foi de 2,44. Em todas as quatro primeiras semanas deste ano, o Rt esteve acima de 1,0 na Capital.
Os dados constam no 66º informe epidemiológico produzido pela SMS, em parceria com a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). O documento traz informações desde a data da notificação do primeiro caso até a 24ª semana epidemiológica (SE), compreendendo o período de 14 de março de 2020 a 29 de janeiro de 2022.
No país, segundo a SMS, a taxa de transmissão do coronavírus subiu para 1,78 na mesma semana, sendo a mais alta para o país desde julho de 2020. Na semana anterior o índice havia ficado em 1,355. "Destacamos que, com a elevadíssima transmissibilidade, mesmo uma proporção muito menor de casos gerando internações em UTI, estas incidem em números expressivos", frisa.
Até 29 de janeiro passado, foram registrados 117.923 casos de Covid-19 em residentes em Cuiabá. Do total, 95,3% recuperados, além de 12.526 internações e 3.572 mortes. "Nas primeiras quatro semanas de 2022, a taxa de incidência na população geral cresceu 2,6%, enquanto que, em crianças (de 0 a 9 anos), o crescimento foi 7,6%", revela o documento. "A taxa de internação aumentou 3,8% comparada a última semana de 2021, com destaque para o aumento entre crianças (18,8%), mais elevado que o observado entre idosos (4,6%)", completa.
Diante de dados como estes, o órgão municipal de Saúde reforça que as pessoas que já receberam a dose de reforço são pouco suscetíveis a essas internações, embora comorbidades graves ou idade avançada possam deixá-las vulneráveis. "Contudo, a proporção da população que recebeu o reforço é muito baixa e, portanto, mais suscetível a formas mais graves da infecção pela Ômicron, bem como há ainda uma parte da população não vacinada, muito mais suscetível", frisa.
Na Capital, já foram aplicadas 879.429 doses de vacina. Entre as pessoas com 12 anos e mais de idade que receberam a 1ª dose da vacina, cerca de 44 mil ainda não retornaram para a 2ª dose. O percentual de pessoas em atraso é ainda maior nas faixas etárias menores; em adolescentes (12 a 18 anos), 40% ainda não procuraram as unidades para receber a 2ª dose da vacina.
Segundo a SMS, a cobertura vacinal (duas doses/dose única) atingiu 73,8% da meta da população de 12 anos e mais de idade, índice ainda insuficiente em termos de saúde pública para um cenário de total segurança e com grandes diferenças entre os grupos etários, sendo a melhor cobertura em idosos de 80 anos e mais.
E, diante desse cenário com alta transmissibilidade e infecções, e grande crescimento do número de casos e de demanda por serviços de saúde, a recomendação é quanto ao fortalecimento de medidas de prevenção, com a obrigatoriedade de uso de máscaras em locais públicos, a exigência do passaporte vacinal e o estímulo ao distanciamento físico e higiene constante das mãos.
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