Projeto de Lei de Paccola é rejeitado pela Câmara de Cuiabá
O Projeto de Lei que criava o Dia do Orgulho Hétero, em Cuiabá, foi rejeitado pela maioria dos vereadores da Câmara Municipal de Cuiabá, nesta quinta (10). Os autores do projeto de lei, os vereadores tenente-coronel Paccola (Cidadania) e Adevair Cabral (PTB), foram os únicos a sustentar voto favorável.
Em fala no plenário, o suplente de Edna Sampaio (PT), o vereador Robson Cireia (PT), repudiou a pauta ao dizer que era forma de defesa a quem nunca sofreu preconceito.
“Quando o senhor coloca um projeto para valorizar o hetéro você ridiculariza toda a luta. Em defesa da vida, da condição humanas dessas pessoas, não se pode votar um projeto desse”, declarou Cireia.
Paccola apelou para um discurso conservador, recrutando os colegas de legislativo que “seguissem condutas cristãs”, mas foi ignorado. O PL ganhou repercussão nacional e foi rechaçado pelo movimento de minorias. O político falou sobre ter recebido ameaças de morte pelo Instagram.
“Tenho prints de pessoas dizendo que se tratava de masculinidade frágil, gay enrustido. Disseram que iriam cuspir na minha cara, até o ponto que iria atirar, se tivesse a oportunidade de descarregar uma arma em mim”, disse o tenente.
Conforme o vereador, a ideia do projeto de lei surgiu ao perceber, em conversa com pré-adolescentes e adolescentes, o quanto a atuação da patrulha ideológica já conseguiu avançar no terreno para conquistar corações e mentes na tão desejada destruição do modelo conservador de família, ao ponto da confusão mental causada na cabeça dos jovens e da população em geral, que é composta em sua maioria por pessoas mais suscetível a manipulação de pensamento, as pessoas estão se convencendo que não há motivos para se ter orgulho de ser hétero.
"Sem desmerecer ou desrespeitar a luta legítima e necessária por dignidade e respeito do público LGBTQIA+, em especial na busca de direitos civis e humanos, mas ao permitir que se apossem, buscando exclusividade para eles, da palavra orgulho que no dicionário da língua portuguesa significa: amor-próprio, brio, dignidade, valor, honra, honradez, pundonor, exaltação e glória, consequentemente, perdemos nosso amor-próprio, nosso brio, a nossa dignidade, nossos valores, e a nossa honra".
Paccola defende que não há problema algum da pessoa ser hétero ou homossexual, o problema está na intolerância e no desrespeito por qualquer um dos lados.
"Eu posso dizer que se eu fosse tratar aquela regra de ouro de tratar as pessoas como elas te tratam, hoje estarei preso e decapitado em praça pública, porque eu nunca presenciei tanta agressividade, disseminação de ódio, de desrespeito, e tamanha intolerância como sofri de ativistas quando começaram sair as matérias da propositura. Nas minhas redes pessoais e nas redes dos sites de notícias é possível constatar facilmente a presença do chamado "ódio do bem".
NO INÍCIO DA SEMANA - Paccola havia retirado projeto de Orgulho Hétero da pauta de votações para dar destaque ao Dia Internacional da Mulher. De acordo com o parlamentar, a retirada do projeto foi decidida no dia anterior assim que recebeu os informes das pautas que estariam em votação na sessão de terça-feira (8).
"Em respeito ao dia 08 de março que é um dia totalmente dedicado as mulheres, já deixo anunciado que estarei retirando de pauta no dia de hoje meu projeto de lei do dia do orgulho hétero. Nascemos homem ou mulher, então, não ter orgulho de ser hétero é ter vergonha na criação divina. Estamos em uma guerra ideológica, cultural e política, onde as pessoas precisam compreender que o que querem é desconstruir os preceitos cristãos, afinal, Deus criou o homem e a mulher, e a partir do momento que se tem vergonha da forma heterogênea como ela foi construída, estamos desconstruindo os valores cristãos que dão sustentação à nossa sociedade", disse Paccola.
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