Juca do Guaraná encara ameaças feitas por vereador cassado
Alguns vereadores da Câmara Municipal de Cuiabá, incluindo o presidente da Casa, o vereador Juca do Guaraná (MDB) foram acusados de participar da ‘maior organização criminosa’ da Capital, pelo vereador cassado Tenente Coronel Paccola (Republicanos), que foi cassado ontem, durante sessão na Casa de Leis.
Na ocasião, Juca fez menção à forma ao qual Paccola matou o agente socioeducativo Alexandre Miyagawa, no último dia 1° de julho – com três tiros pelas costas –, crime ao qual culminou a cassação de seu mandato por quebra de decoro parlamentar nesta quarta-feira (5). Segundo Juca, além de avaliar as acusações como 'infundadas e sem nexo', enfatizou que Paccola terá que deixar de ser covarde e 'vir de frente' para provar o que estava falando.
“Eu lamento que ele tenha feito isso logo após ter sido cassado, o processo de cassação dele durou quatro meses e ele vem falar isso agora, acusando as pessoas de forma leviana? Mas eu entendo, como dizia o meu saudoso pai: está morrendo afogado no rio e passa um cachorro morto boiando, ele agarra no cachorro para se salvar. Ele vai ter que provar essas acusações infundadas e sem nexo, e se ele vier, que venha de frente e não de costas”, disse à imprensa logo após sessão extraordinária.
Conforme Juca, é legitimo que Paccola tenha ficado ‘chateado’ com o resultado da votação. No entanto, a Câmara Municipal e os parlamentares respeitaram todos os processos necessários para que o republicano pudesse apresentar sua defesa e assim, tentar garantir sua permanência na Casa Legislativa Municipal.
“Eu acho que é legitimo ele recorrer, como qualquer pessoa no lugar dele teria o direito e a legitimidade, foi dado a ele todas as defesas, a contraditória, ampla defesa, respeitamos a lei orgânica do município, o nosso regimento interno, nosso código de ética, foi tudo respeitado [...] Nós tínhamos que esperar 5 sessões, esperamos para que ele pudesse fazer a defesa, e ele não fez, depois tivemos que nomear o defensor dativo, e nós nomeamos e brilhantemente o Dr. Nona fez a defesa dele, passou-se o prazo e todas as possibilidades de defesa foram oferecidas a ele”, declarou.
O presidente ainda explicou que mesmo diante da pressão popular, os vereadores respeitaram todas as etapas e estão tranquilos sobre a cassação do mandato do vereador.
“A população cobrava que ele fosse cassado na primeira semana do ocorrido, e nós não, mesmo com a população cobrando e clamor popular nós tivemos que respeitar as nossas leis e regimentos [...] Justamente por entender isso estamos tranquilos, a Comissão de Ética fez o trabalho dela dentro dos seus trâmites e legalidades, a CCJ fez o trabalho dela, a presidência deixou que todos fizessem no seu tempo e respeitou todos os prazos legais”, reiterou.
Por 13 votos a 5 votos, 3 abstenções e 4 ausências a Câmara Municipal cassou o mandato de Paccola nesta quarta-feira (5).
FOTO: ASSESSORIA