Balanço do IBGE revela que MT é o estado do País mais atrasado
A Superintendência do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em Mato Grosso terminou a coleta dos dados do Censo Demográfico 2022 em cinco dos 141 municípios, de 1º de agosto a 31 de outubro: Araguainha, Ponte Branca, Ribeirãozinho, Araguaiana e Nova Santa Helena. Araguainha foi a primeira cidade a concluir os trabalhos, em seus oito setores censitários (unidade territorial estabelecida para fins de controle cadastral – com número de domicílios que permitam o levantamento por um recenseador), no dia 17 de outubro.
Já no critério população recenseada, as unidades da federação mais aceleradas são, respectivamente, Piauí (86,08%), Sergipe (83,19%) e Rio Grande do Norte (80,48%), enquanto Mato Grosso (42,72%), Amapá (51,47%) e Acre (54,07%) têm o recenseamento mais demorado. Ou seja, em Mato Grosso, menos da metade da população respondeu ao Censo.
Em todo o Estado, de 1º de agosto a 31 de outubro, o IBGE conseguiu recensear 1.523.771 moradores em 518.154 domicílios, sendo 763.804 mulheres e 759.967 homens. Esse é o resultado do terceiro balanço do Censo Demográfico 2022, o que representa a coleta de dados de 42,72% da população estimada para o ano de 2021.
Em todo o país, no mesmo período, 136.022.192 pessoas foram recenseadas em 47.740.071 domicílios, o que corresponde a 63,77% da população estimada no ano passado. Desses moradores que já foram contados no Censo, 70.310.113 eram mulheres e 65.712.079 eram homens.
No hotsite do Censo 2022 (https://censo2022.ibge.gov.br/), é possível acompanhar diariamente o total da população recenseada no país e a evolução dos setores trabalhados por unidades da federação.
A maioria (99,45%) dos questionários de Mato Grosso foi respondida de forma presencial: em 515.318 dos 518.154 domicílios recenseados. Outros 1.108 moradores responderam pela internet e 1.728 por telefone.
Ao todo, 451.102 domicílios responderam ao questionário básico, que conta com 26 questões e investiga as principais características do domicílio e dos moradores. Os outros 71.072 domicílios responderam ao questionário amostra, que conta com 77 questões e inclui, além dos quesitos presentes no questionário básico, outros mais detalhados, bem como temas específicos: características dos domicílios, identificação étnico-racial, nupcialidade, núcleo familiar, fecundidade, religião ou culto, deficiência, migração interna ou internacional, educação, deslocamento para estudo, trabalho e rendimento, deslocamento para trabalho, mortalidade e autismo.
Segundo o terceiro balanço, 4.830 dos 9.082 setores censitários de Mato Grosso já foram trabalhados, o que representa 53,18% do total. Ao analisarmos o critério setor censitário trabalhado, Sergipe (95,21%), Piauí (94,73%) e Rio Grande do Norte (94,36%) são os estados com a coleta mais adiantada, e Mato Grosso (53,18%), Roraima (65,10%) e Acre (66,47%) são os que estão mais atrasados.
De acordo com o balanço, 2,90% dos domicílios mato-grossenses se recusaram a responder ao Censo, percentual menor que os 3,72% alcançados na PNAD Contínua (Pequisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) no segundo trimestre deste ano. No Brasil, o índice de recusa do Censo está em 2,33%, abaixo de 2,99% da PNAD Contínua, mas que se espera ser reduzido até o final da operação, após aplicados todos os protocolos de insistência.
Mato Grosso tinha, em 27 de outubro, 1.284 recenseadores contratados, sendo que 1.150 estavam trabalhando entre 17 e 23 de outubro. Inicialmente, porém, o estado tinha 3.103 vagas a preencher para o cargo de recenseador. Então, com percentual de 37,1% de recenseadores em atividade em relação ao número de vagas, o estado é o que tem o maior déficit de recenseadores. Já o Piauí está com 64% dos postos ocupados.
Para a Superintendente do IBGE em Mato Grosso, Millane Chaves, é importante destacar que o estado possui a segunda menor taxa de desocupação do país (4,4%) ---o primeiro é Santa Catarina (3,9%)--, além de possuir renda média superior à média Brasil.
“Assim sendo possuímos baixo desemprego, o que se traduz em grande oferta de vagas de trabalho e boas remunerações (principalmente no Agronegócio), o que faz com que tenhamos dificuldades de atrair pessoas para o trabalho temporário para realizar o Censo em Mato Grosso comparado com outros estados da federação”, explica.
Para resolver o problema, o IBGE lança periodicamente editais de processos seletivos complementares mais ágeis, uma rotina administrativa prevista em todos os Censos.
FOTO: AGENCIA IBGE