Profissional foi hostilizado em Brasília por apoiadores de Bolsonaro
No feriado da Proclamação da República, no último dia 15, o jornalista Bruno Pinheiro foi hostilizado por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, durante uma participação ao vivo no canal em que trabalha, a Jovem Pan.
Bruno, que atuou em Cuiabá por muitos anos e foi âncora de programas da TV Cidade Verde, está morando em Brasília e cobre a rotina do presidente Jair Bolsonaro (PL). Após o episódio desativou nesta quinta-feira (17), as suas redes sociais após sofrer ameaças de Bolsonaristas.
Durante a sua fala, ele citou que os apoiadores de Bolsonaro acampados em frente ao Exército na capital federal, assim como em outras partes do país, pedem uma intervenção militar ou federal.
Neste momento, o jornalista começou a ser insultado pelos manifestantes que chegaram a invadir a transmissão e gritar no microfone. Acuado por mais de 200 bolsonaristas, o repórter encerrou a sua participação, e mesmo assim, vídeos gravados por outros jornalistas, mostram Bruno sendo xingado.
Desde então, as ameaças nas redes sociais do jornalista começaram a chegar, além xingamentos, vários bolsonaristas pedem a demissão de Bruno da Jovem Pan. Durante toda a campanha presidencial, a emissora chegou a ser chamada de “bolsonarista” e até foi censurada a pedido do PT, por citar as condenações de Lula e escândalos durante o seu governo presidencial.
Diante de tamanha pressão, o jornalista se sentiu acuado e desativou temporariamente todas as suas redes sociais.
No dia do fato, a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) denunciaou e repudiou as agressões contra os profissionais de imprensa, registradas no dia, durante a cobertura de atos antidemocráticos promovidos por apoiadores do candidato derrotado à Presidência da República, Jair Bolsonaro (PL).
“A ação dos manifestantes contra o Jornalismo fere a Constituição e a democracia, além de cercear o direito de trabalho dos jornalistas, profissionais responsáveis por levar informações credíveis à população. Ao mesmo tempo em que condena a hostilização à categoria, a FENAJ responsabiliza o governo Bolsonaro pelo cerceamento à liberdade de imprensa. Também cobra das empresas jornalísticas a adoção de medidas que possam mitigar os riscos de violência nesses eventos”, dizia parte da nota.
A Fenaj acrescentou que desde o dia 30 de outubro, quando Bolsonaro foi derrotado, mais de 50 episódios de violência contra trabalhadora da mídia foram registrados em todas as regiões do Brasil. Essa escalada de agressões precisa cessar.
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