38% das mortes em rodovias federais foram provocadas por falta de atenção e excesso de velocidade
No mesmo período, foram 1.403 sinistros provocados por excesso de velocidade, com 145 mortes e 1.717 feridos. “O número de sinistros vem caindo ao longo dos anos, mas essa queda seria maior se houvesse um cuidado adequado com a saúde mental do brasileiro. Aumento do estresse e ansiedade podem resultar em comportamentos agressivos e imprudentes, levando motoristas a dirigirem com excesso de velocidade, desobedecerem regras de trânsito e até mesmo se envolverem em brigas que podem terminar em tragédias”, observa o médico, que diariamente avalia a saúde física de motoristas brasileiros.
Dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) de Minas Gerais, divulgados pela imprensa em abril, mostraram que as infrações por desentendimentos no trânsito cresceram 43% em janeiro de 2023, na comparação com o mesmo período de 2022. “Isso é a prova de que precisamos de uma avaliação psicológica frequente dos motoristas. Hoje, o condutor só passa por uma avaliação quando pleiteia a CNH e, caso não exerça atividade remunerada, esse laudo psicológico é vitalício. Estudos apontam que o desenvolvimento cerebral ocorre, em média, ao longo de três décadas. Concordar com esse laudo vitalício sob o pretexto de reduzir custos é negligenciar alterações graves da saúde mental e psicológica que ainda podem surgir e colocar a vida de todos em risco”, afirma Coimbra, lembrando que os prejuízos econômicos com acidentes aos cofres públicos atinge a soma de R$ 50 bilhões por ano.
O especialista em Medicina do Tráfego Alysson Coimbra
De acordo com a Lei 14071/2020, avaliação psicológica por especialistas em trânsito é um mecanismo adequado para examinar a atenção, concentração, memória, traços de personalidade e outras funções cognitivas que podem contribuir para a redução da violência no trânsito e de acidentes. “Isso reforça a necessidade de se discutir com toda a sociedade a inclusão de outros grupos de motoristas nesses exames psicológicos obrigatórios”, completa.
FOTO ASSESSORIA