Com Selic alta, educadora financeira alerta sobre compras a prazo, empréstimos e financiamentos

A melhora nos índices de inflação, vêm animando os brasileiros. Mas três variáveis ainda assombram a população: o endividamento das famílias brasileiras, que está em 78,3% (com aumento de endividados entre a classe média), segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A taxa de desemprego, que subiu em 16 das 27 Unidades da Federação no primeiro trimestre de 2023, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD). E a taxa Selic, mantida em 13,75%, depois da decisão do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central). Diante desse panorama, a educadora financeira, Aline Soaper alerta que com os juros altos, é preciso cautela na hora de fazer uma dívida a longo prazo.

“Segundo um levantamento do site MoneYou, mesmo que BC reduzisse a Selic em 0,25 pontos, a nossa taxa real de juros ainda seria de 7,21% ao ano. Isso é um valor bem maior que o segundo colocado em juros, que é o México, que tem 5,94%. Com juros altos, o cuidado para não se endividar é ainda maior. Contrair dívidas de parcelamentos, seja em boletos ou cartão de crédito, pode ter um efeito bola de neve. O ideal é manter as contas em dia e evitar novas compras a prazo. Se você tem um bom controle financeiro, pode tentar arriscar-se no parcelamento sem juros, usando dinheiro que tenha guardado investido, para ir pagando as parcelas. Mas não podemos esquecer que imprevistos podem acontecer, e você pode ter que usar aquele dinheiro investido para alguma necessidade de última hora. Por isso, a orientação é evitar parcelamentos a longo prazo, principalmente de bens de consumo que podem ser pagos à vista”, explica a educadora financeira, Aline Soaper.

Ainda segundo Soaper, o ideal é tentar planejar a compra de produtos ou a contratação de serviços. “Vivemos em uma “cultura” de consumo imediato, onde precisamos adquirir itens ou serviços naquele momento e para isso, acabamos recorrendo ao pagamento a prazo”, acrescenta Aline. Não à toa, um levantamento da plataforma Mercado Pago, sobre o Dia do Consumidor, em 2023, mostrou que entre os itens de maior interesse das compras estavam os produtos para casa, móveis e decoração, citados por 55% dos entrevistados. Além disso, a pesquisa mostrou que 53% dos entrevistados que disseram que iriam comprar algum produto no Dia do Consumidor revelaram que parcelariam as compras, em especial com cartão de crédito (58%).

 

Planejamento é fundamental na hora de comprar:

“Se programar é fundamental nesses tempos de juros altos. Exemplificando: se você tem dinheiro para comprar um sapato, compre apenas um. Ao invés de comprar mais itens e acabar caindo em um parcelamento. Outra estratégia é negociar descontos à vista. Se você receber 2% de desconto, já é o dobro do que a maioria dos investimentos rendem em um mês. Além disso, é 10 vezes menos do que os juros que as operadoras de cartão de crédito vão cobrar, se o pagamento estiver atrasado”, alerta Aline Soaper.

A educadora financeira também destaca que os consumidores devem ficar atentos com parcelamentos muito longos, por ser um grande risco de perda de controle financeiro e de acúmulo de dívidas feitas a prazo. “Você pode comprometer uma grande parte dos seus recursos com parcelas acumuladas, perder a qualidade de vida da família e acabar entrando em um ciclo de endividamento. Mesmo que o parcelamento seja sem juros, não se engane, ele está incluído no valor das parcelas. Lembre-se que todo dinheiro tem um custo e atualmente esse custo está mais caro”, ressalta.

 

Parcelamentos valem a pena em alguns casos:

“Em alguns casos, sim, como o uso do crédito para começar o próprio negócio ou fazer uma capacitação profissional. Nessas situações, o parcelamento será necessário para gerar aumento de renda. Contudo, em momentos de juros altos, quem tem dinheiro ganha mais e quem usa empréstimo paga mais caro. O ideal é preparar-se para aumentar sua renda e estar ao lado de quem investe para ganhar mais com a alta dos juros e não para se endividar mais”, esclarece a educadora financeira Alien Soaper.

 

Sobre Aline Soaper:

Fundadora do Instituto Soaper de Treinamentos de Desenvolvimento Profissional e Pessoal (Efinc), Aline Soaper é formada em Direito, com pós-graduação em Educação Financeira. Há oito anos, a carioca atua como educadora financeira e formadora de outros especialistas nesta área. Empreendedora desde os 17 anos de idade, Aline era proprietária de uma escola de Educação Infantil, no Rio de Janeiro, em que atendia cerca de 150 alunos e gerenciava uma equipe de 45 pessoas. Ao perceber a dificuldade dos pais em pagar as mensalidades devido aos problemas financeiros, Aline decidiu mudar de vida e se especializar no ramo de finanças pessoais. No ano de 2015, iniciou sua atuação como educadora, oferecendo atendimentos individuais, palestras, treinamentos e cursos para o público-final (empresários, analistas etc). No final de 2018, criou o Efinc, que hoje forma educadores financeiros e consultores de negócios pelo Brasil e o mundo. Atualmente o Instituto Soaper de Treinamentos de Desenvolvimento Profissional e Pessoal (Efinc) tem mais de 6 mil alunos em mais de 20 países, e leva a educação financeira para o mundo.


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