Mesmo com novas contratações, SES confirma que 22 leitos seguirão fechados no Hospital Regional de Sinop
Secretaria alega falta de estrutura física e obras em andamento; déficit de profissionais na Saúde estadual ultrapassa 7 mil
Mesmo com a convocação de aprovados em concurso público e o anúncio de uma nova “repescagem” de profissionais oriundos de processos seletivos anteriores, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) confirmou ao Ministério Público Federal (MPF) que 22 leitos do Hospital Regional de Sinop continuarão bloqueados.
Segundo a SES, o motivo é a falta de estrutura física adequada, uma vez que o espaço será utilizado para obras na clínica médica, previstas para começar no dia 1º de setembro.
A informação foi repassada pela secretária adjunta executiva de Saúde, Kelluby de Oliveira, durante audiência extrajudicial com a procuradora da República Denise Nunes Muller Slhessarenko, que questionou o fechamento de leitos em três hospitais regionais: Sinop, Sorriso e Colíder.
Quatro medidas emergenciais
Como resposta, a SES anunciou quatro ações emergenciais para tentar mitigar o impacto da falta de pessoal:
Credenciamento de médicos como pessoa jurídica para atuar nas unidades de saúde;
Contratação de empresa especializada para fornecer equipes multiprofissionais (enfermeiros e técnicos de enfermagem)
Convocação de concursados, iniciada pelo Hospital Regional de Sorriso, que chamou 132 aprovados no último dia 6 de agosto;
“Repescagem” de convocados que não puderam assumir seus postos em seletivos anteriores.
Apesar dessas medidas, o déficit total de profissionais da saúde no Estado é estimado em cerca de 7 mil.
Risco de devolução de recursos
Durante a audiência com o MPF, Kelluby admitiu ainda que o Estado pode ser obrigado a devolver recursos ao Governo Federal, por não conseguir cumprir as metas do Programa Nacional de Redução de Filas (PNRF) — especialmente devido à incapacidade de realizar cirurgias eletivas no Hospital Regional de Sinop.
Mesmo com novas contratações previstas, a própria SES reiterou que os 22 leitos bloqueados permanecerão inativos, pois o espaço será ocupado temporariamente para dar continuidade às obras de reestruturação.
> “Não será possível a reativação dos leitos hoje bloqueados, mesmo que novas contratações sejam viabilizadas, devido à utilização do espaço físico durante a execução da obra”, diz documento enviado pela Secretaria ao MPF.