Discurso de Netanyahu na ONU provoca protesto diplomático e retirada de delegações, incluindo o Brasil.
Líder israelense foi recebido com vaias e esvaziamento do plenário em meio a denúncias de crimes de guerra na Faixa de Gaza.
O discurso do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, realizado nesta sexta-feira (26) durante a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), foi marcado por um expressivo protesto diplomático. Diversas delegações deixaram o plenário em sinal de repúdio às ações do governo israelense na Faixa de Gaza.
Entre os países que se retiraram estão Brasil, Chile, Bolívia, Venezuela, Síria, Turquia, Líbia e Sudão do Sul, totalizando mais de 30 nações. A manifestação silenciosa ocorreu no momento em que Netanyahu subia ao púlpito para iniciar sua fala.
A reação internacional ocorre em meio à crescente pressão sobre Israel, especialmente após o Tribunal Penal Internacional (TPI) ter emitido um mandado de prisão contra Netanyahu, por suspeitas de crimes de guerra e crimes contra a humanidade cometidos durante as operações militares israelenses em Gaza.
Enquanto parte do auditório aplaudiu o primeiro-ministro, a saída coordenada das delegações evidenciou a divisão da comunidade internacional sobre o conflito. Países como Reino Unido, França, Itália, Espanha, Finlândia e Estados Unidos optaram por permanecer no plenário.
De acordo com fontes diplomáticas, a ação de retirada já havia sido acordada previamente entre as comitivas dos países signatários do protesto.
A Assembleia Geral da ONU é realizada anualmente em Nova York e reúne chefes de Estado e representantes de todos os países-membros para discutir os principais temas da agenda internacional.