Caixa volta a financiar 80% do valor de imóveis; entenda as novas regras do crédito imobiliário

A Caixa Econômica Federal anunciou, nesta sexta-feira (10), que voltará a financiar até 80% do valor de imóveis residenciais, tanto novos quanto usados, na modalidade Sistema de Amortização Constante (SAC). A mudança foi divulgada pelo presidente da Caixa, Carlos Antônio Vieira Fernandes, durante o lançamento do novo modelo de crédito imobiliário. A medida representa um aumento em relação ao limite anterior, que era de 70% do valor do imóvel desde novembro de 2023.

O novo limite de financiamento de 80% valerá exclusivamente para a modalidade SAC, onde as parcelas são decrescentes — ou seja, o valor das prestações diminui ao longo do tempo. Já para a modalidade Price, que tem parcelas fixas durante todo o contrato, o limite permanece em 70%, conforme explicou a vice-presidente de Habitação da Caixa, Inês Magalhães, durante o evento.

Novo modelo de crédito imobiliário
O anúncio faz parte de um pacote de mudanças no Sistema Financeiro de Habitação (SFH), que utiliza recursos da poupança e do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para financiar a compra de imóveis. Uma das principais novidades é o aumento do teto do valor dos imóveis que podem ser financiados com recursos da poupança, que passará de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões, com uma taxa de juros máxima de 12% ao ano. O limite anterior estava congelado desde 2018.

Segundo o ministro das Cidades, Jader Filho, a mudança permitirá que a Caixa, que é o maior banco financiador de imóveis do país, financie 80 mil unidades a mais por ano, impulsionando o setor imobiliário e aumentando o acesso à habitação para milhares de famílias.

Como funciona o financiamento hoje?
Atualmente, 65% dos recursos da poupança depositados nos bancos são destinados ao crédito imobiliário. Outros 20% são recolhidos ao Banco Central (BC) como depósito compulsório — um instrumento usado para controlar a liquidez na economia —, e os 15% restantes podem ser usados livremente pelas instituições financeiras, seja para crédito pessoal, empresarial ou outras finalidades.

Com o novo modelo, haverá uma transição gradual para aumentar a porcentagem de recursos da poupança destinados ao crédito imobiliário. A ideia é que, ao longo de dez anos, 80% dos saldos da poupança sejam direcionados para o financiamento de residências. A primeira fase dessa transição começa imediatamente e vai até o final de 2026, quando 5 pontos percentuais do compulsório poderão ser liberados para bancos que ofertarem crédito imobiliário. Na prática, isso significa que o recolhimento compulsório cairá de 20% para 15% para essas instituições.

Impacto no mercado imobiliário
A decisão de voltar a financiar 80% do valor dos imóveis é vista como uma medida positiva para o setor imobiliário, especialmente em um momento em que o acesso ao crédito tem sido um desafio para muitas famílias. A modalidade SAC, que terá o limite ampliado, é uma das mais populares entre os compradores, pois permite que as parcelas diminuam ao longo do tempo, reduzindo o custo total do financiamento.

Além disso, o aumento do teto do valor dos imóveis financiados com recursos da poupança para R$ 2,25 milhões deve beneficiar principalmente o mercado de imóveis de alto padrão, que vinha enfrentando dificuldades devido ao limite anterior de R$ 1,5 milhão. 



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