Vacinação contra HPV começa a reduzir casos de câncer do colo do útero no Brasil
Dados reforçam eficácia da imunização e importância da prevenção desde a infância.
O Brasil começa a colher os resultados positivos da vacinação contra o HPV (Papilomavírus Humano): os primeiros estudos e levantamentos regionais apontam uma queda progressiva nos casos de câncer do colo do útero entre mulheres mais jovens — faixa etária que já recebeu a vacina nos últimos anos por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).
A vacinação foi incorporada ao calendário nacional em 2014, com foco em meninas de 9 a 14 anos e, posteriormente, também em meninos, como estratégia de controle e prevenção do vírus, responsável por cerca de 90% dos casos de câncer do colo uterino.
Segundo especialistas, os impactos começam a aparecer agora, uma década após o início da imunização em larga escala. Em estados que mantiveram alta cobertura vacinal, os registros de lesões precursoras da doença e diagnósticos em fases iniciais já demonstram redução significativa.
> “A vacina contra o HPV é uma das ferramentas mais eficazes que temos para prevenir o câncer do colo do útero. Os dados mostram que estamos no caminho certo, mas é fundamental ampliar o acesso e a conscientização para garantir que mais meninas e meninos sejam vacinados”, destaca a ginecologista e pesquisadora Dra. [Danila Finer].
Atualmente, o câncer do colo do útero é o terceiro mais frequente entre mulheres no Brasil, atrás apenas dos cânceres de mama e colorretal, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA). A estimativa é de 17 mil novos casos por ano, sendo a maior parte prevenível com vacina e exames regulares, como o papanicolau.
A vacina é oferecida gratuitamente pelo SUS e está disponível nas Unidades Básicas de Saúde. A recomendação é que meninas e meninos entre 9 e 14 anos tomem as duas doses, com intervalo de seis meses entre elas.
Além da vacinação, a prevenção e o diagnóstico precoce continuam sendo fundamentais. A combinação entre educação, imunização e exames de rotina é o que pode, de fato, eliminar o câncer do colo do útero no Brasil nas próximas décadas — uma meta já estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS).