Não sabe usar tornozeleira, tem que ficar preso": a declaração polêmica de Fávaro sobre Bolsonaro
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro (PSD), gerou controvérsia nesta segunda-feira (24.11) ao comentar a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Durante o lançamento do escritório da ApexBrasil em Cuiabá, Fávaro adotou um tom incisivo, declarando que, se Bolsonaro não sabe usar tornozeleira eletrônica, "tem que ficar preso".
"Aí que todos viram, ele descumpriu as regras do uso da tornozeleira. É inquestionável isso. E como consequência, se ele não sabe usar tornozeleira, tem que ficar preso", disse o ministro, repetindo a frase com ênfase. A fala de Fávaro repercutiu rapidamente, levantando discussões sobre seu passado político e a forma como chegou ao cargo de senador, que lhe rendeu a posição de ministro no governo Lula.
A "manobra" da vaga de Selma Arruda
A postura crítica de Fávaro em relação a Bolsonaro contrasta com o contexto de sua eleição suplementar ao Senado em 2020. Fávaro assumiu a vaga deixada pela então senadora Selma Arruda (Podemos), que teve o mandato cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder econômico e caixa dois nas eleições de 2018.
Inicialmente, Fávaro ocupou o cargo interinamente como o terceiro mais votado na chapa de 2018, após uma decisão do STF. Na eleição suplementar que se seguiu em novembro de 2020, ele venceu a disputa. Durante esse período e na campanha, Fávaro buscou o apoio de eleitores bolsonaristas e do próprio presidente da República, chegando a destacar publicamente sua relação com Bolsonaro para aprovar emendas importantes para Mato Grosso.
A candidata apoiada diretamente por Bolsonaro na eleição suplementar, a coronel Rubia Fernanda (Patriota), ficou em segundo lugar, mas Fávaro foi visto por muitos como um candidato que capitalizou parte do eleitorado de direita e do agronegócio, setores historicamente alinhados ao ex-presidente.
Atualmente no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Fávaro mudou seu posicionamento e agora critica duramente o ex-presidente, gerando acusações de pragmatismo político por parte de opositores que relembram sua ascensão ao poder com o suporte, direto ou indireto, da base bolsonarista.






