Max Russi trava votação da LOA 2026 e condiciona aprovação ao pagamento de emendas atrasadas

Em tom de cobrança ao Executivo, presidente da ALMT adia orçamento para a "Super-Segunda" e empurra definição da RGA dos servidores para janeiro.

O encerramento do ano legislativo na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) ganhou contornos de tensão nesta quarta-feira (17). O deputado Max Russi, presidente da Casa, retirou de pauta a votação da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2026, frustrando as expectativas do Governo do Estado. O motivo é um impasse financeiro: o descumprimento do acordo para o empenho de 100% das emendas parlamentares que estão em atraso.

O Impasse das Emendas
A decisão de Russi foi estratégica e direta. Segundo o parlamentar, havia um compromisso firmado com a Casa Civil para a liberação dos recursos das emendas, o que não foi honrado até o momento da sessão. "A votação está condicionada ao pagamento", sinalizou o deputado, reforçando que o Legislativo exige o cumprimento do que foi pactuado para dar prosseguimento à peça orçamentária do próximo ano.

"Super-Segunda" e RGA
Para evitar a paralisia administrativa, mas mantendo a pressão sobre o Palácio Paiaguás, Max Russi convocou uma sessão extraordinária para a próxima segunda-feira, apelidada de "Super-Segunda". O encontro, que ocorrerá às vésperas do Natal, será a última oportunidade para a aprovação do orçamento, desde que o governo regularize os repasses.
Já para os servidores públicos estaduais, a notícia é de espera. A votação da Revisão Geral Anual (RGA) de 2026 foi oficialmente agendada por Russi apenas para janeiro. Com isso, a definição sobre o índice de recomposição salarial só ocorrerá após o recesso parlamentar.

Críticas ao "Atropelo" do Executivo
Além da questão financeira, o presidente da ALMT manifestou insatisfação com a gestão de fluxo de projetos vindo do governo. Russi criticou publicamente o que chamou de "enxurrada" de propostas enviadas na última hora. De acordo com o deputado, o envio massivo de matérias complexas no apagar das luzes de 2025 compromete o tempo necessário para que as comissões e os parlamentares realizem uma análise técnica rigorosa, prejudicando a qualidade do debate legislativo.
O governo ainda não se manifestou oficialmente sobre as críticas de Russi ou sobre o cronograma de pagamento das emendas.