China Retalia com Sanções a Gigantes de Defesa dos EUA após Venda Recorde de Armas a Taiwan
PEQUIM – Em uma resposta direta ao maior pacote de armamento já concedido pelos Estados Unidos a Taiwan, o Ministério das Relações Exteriores da China anunciou nesta sexta-feira (26) a imposição de sanções contra 20 empresas do setor de defesa e 10 altos executivos americanos. A medida marca um novo pico nas tensões diplomáticas e militares entre Pequim e Washington neste final de 2025.
O Estopim: Pacote de US$ 11,1 Bilhões
A retaliação chinesa ocorre exatamente uma semana após o governo dos EUA aprovar a venda de US$ 11,1 bilhões em equipamentos militares para a ilha autogovernada. Para Pequim, que considera Taiwan uma província rebelde, o acordo fere o "princípio de uma só China" e funciona como um catalisador para um possível conflito armado no Estreito de Taiwan.
Empresas e Executivos na Mira
As sanções incluem o congelamento de ativos em território chinês e a proibição de que qualquer organização ou indivíduo na China realize negócios com as entidades listadas. Entre os principais alvos estão:
Gigantes do Setor: Unidade da Boeing em St. Louis, Northrop Grumman Systems Corporation e L3Harris Maritime Services.
Novas Tecnologias: A startup de defesa Anduril Industries foi fortemente atingida, com seu fundador, Palmer Luckey, proibido de entrar no país e em suas regiões administrativas especiais, Hong Kong e Macau.
Empresas Adicionais: A lista abrange ainda nomes como Red Cat Holdings, Gibbs & Cox e Teal Drones.
Impacto e Simbolismo
Analistas observam que, embora o impacto financeiro direto possa ser limitado — dado que a maioria dessas empresas de defesa já possui pouca ou nenhuma operação comercial na China —, o movimento é um forte sinal político.
O porta-voz do Ministério da Defesa chinês, Zhang Xiaogang, afirmou que a venda de armas "acelera a ameaça de guerra" e exigiu que Washington interrompa o que chamou de "provocações perigosas". A retórica agressiva ocorre em um contexto de guerra comercial intensificada, onde tarifas recíprocas e restrições a minerais estratégicos (como terras raras) já vinham desgastando a relação entre as potências ao longo do ano.
Panorama Regional
A tensão não se limita ao eixo Pequim-Washington. No mês passado, a China já havia protestado contra planos do Japão de instalar mísseis em ilhas próximas a Taiwan, evidenciando uma militarização crescente em todo o Leste Asiático.
A Casa Branca ainda não emitiu uma resposta formal às sanções deste dia 26, mas Washington tem reiterado seu compromisso legal de fornecer meios para a defesa de Taiwan contra possíveis agressões.






