Olhar para onde os jovens estão olhando

A tecnologia está presente no nosso cotidiano e captura a nossa atenção por ser fascinante. Ela existe por causa da intervenção humana que evolui com o novo tecnológico que nasce de velhas tecnologia. Essa evolução acontece por que a tecnologia como cultura muda a forma de como usamos essa tecnologia e isso causa constante aprimoramento da máquina. Dessa forma a tecnologia é um produto da indústria da cultura como é também objeto dessa cultura. Através dela podemos assistir como intervir e até criar conteúdo. E por meio dela podemos construir novos significados e criar formas de olhar e criar novos caminhos para o futuro.
Os meios de comunicação e as tecnologia estão enredados na nossa vida e a grande mudança é que antes tínhamos elas de forma separadas, sendo assim era um aparelho tv, o rádio, as mídias sociais, as redes sociais cada qual na sua própria apresentação de formato de mídia e hoje convergiram para um só aparelho que é o celular. Isso significa dizer que carrego e tenho como atuar sobre essas mídias. Isso é a cultura da convergência.
Esta cultura está presente hoje no novo comportamento do uso do celular. Enquanto nós utilizamos para resolver problema o jovem o utiliza para estar avançando e criando o seu novo mundo. Ele faz isso de forma compartilhada e por meio de um processo colaborativo que a princípio individualiza mas ao mesmo tempo lhe dá acesso a um novo mundo tecnológico que é magnífico e totalmente ilimitado de conhecimento. É preciso estar próximo deles para conhecer o futuro de significado que eles estão vislumbrando e criando nesse mundo virtual.
As mídias nos ensinam o que e como consumir. Podemos pensar nisso olhando para a moda que é totalmente provisória. Isso é conhecido como ideologia do mercado que é o criar para ser consumido. Além disso, nós mesmo compramos a mídia quando dedicamos a nossa atenção a determinada mídia. Dessa forma, nós consumimos a mídia e ao mesmo tempo ela nos consome pelo tempo que nos dedicamos a ela. O consumo é destruir o bem para construir o significado. Voltando ao exemplo da moda, a roupa em si não é importante, o importante é o que significa estar com aquela roupa. Esse significado nós construímos olhando para nós mesmos e olhando para o outro. Ou seja, é ao mesmo tempo comportamento individual e coletivo.
Retórica é uma dimensão das mídias. Quando postamos algo na nossa rede estamos tentando persuadir e influenciar o nosso grupo de amigos. Isso não acontece somente na propaganda por meio dos veículos comerciais. Quanto mais performático e rica for a criação do produtor de conteúdo mais persuasivo ele consegue ser. Mas, ele não conseguirá essa mesma performance se não transmitir confiança aos seus seguidores e fãs. A confiança determina no nosso senso de pertencimento a determinado grupo por isso precisa ser mantida, alimentada e muitas vezes quando necessário resgatada. Ele é extremamente importante nesse novo mundo tecnológico em que estamos vivendo.
A mídia oferece um prazer fácil e acessível, mas, muitas vezes não conseguimos materializá-lo e vive-lo em sua plenitude. Nossas sensações e desejos são coisas nossas e raramente discutimos o que pensamos. Sendo assim, neste mundo midiático somos atraídos por aquilo que nos agrada e nos dá prazer. Por isso, é importante estar próximo dos jovens para descobrir o que lhe agrada e o que lhe atrai dentro deste mundo para assim contribuir para a construção do significado de mundo que ele está criando.
Desde os primórdios o ser humano já contava histórias. Antes os grupos se reuniam na beira da fogueira para contar e ouvir histórias que foram contadas por inúmeras gerações. Contar história ou recontar histórias é a mesma coisa que renovar a cultura estar em uma relação de pertencimento. Elas podem ser públicas como as jornalísticas ou privadas específicas de cada um. A história só vive se ela for contada e exige imaginação e audiência do público que reage de alguma forma a elas como por exemplo postar uma opinião nas redes sociais sobre o que ouviu. São através das histórias que criamos o mundo em que vivemos. Uma pergunta que fica é: quais são as histórias que nossos jovens estão participando, criando, contando e turbinando por meios dos seus aparatos tecnológicos?
Precisamos questionar e mediar para criar contextos e significados dessas histórias que nossos jovens estão participando. Mediar é estar em uma relação com a realidade. Ela é uma experiência, uma interpretação do mundo e está presente em todo o processo midiático. É preciso aprender a dialogar com o jovem e estar enredado nessa cibercultura que ele está presente. Ou simplesmente, olhar para onde os jovens estão olhando.


Luiz Vicente Dorileo da Silva – “SHIPU”, palestrante, consultor formado em administração com MBA Executivo Internacional e especialista em Marketing. shipumt@hotmail.com
 



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