Entidades pedem liberdade de Luísa Hanune em ato em Cuiabá


Entidades realizaram, em Cuiabá, um ato pela liberdade da presa política Luísa Hanune, secretária-geral do Partido dos Trabalhadores da Argélia. Ela foi condenada a 15 anos de prisão pelo novo governo da Argélia, acusada de conspiração contra o regime, por ter se reunido com um assessor do ex-presidente Abdelaziz Bouteflika.

No ato, realizado na segunda-feira (4) na Assembleia Legislativa de Mato Grosso, os participantes destacaram que, na reunião com o antigo governo, Luísa Hanune pediu a renúncia do então presidente e a eleição de uma nova Assembleia Nacional Constituinte. Participaram do ato representantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT), do Sindicato dos Servidores Públicos Federais (Sindsep), do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público (Sintep) e da Associação dos Docentes da Unemat (Adunemat).

“O imperialismo assegura condições de subordinação dos países da periferia para preservar o modelo de exploração, e utiliza o aparato judicial e policial para isso. São forças mundiais. Há conexão entre tudo o que está acontecendo no mundo e por isso há necessidade da nossa resistência”, disse o deputado estadual Lúdio Cabral (PT).
 

O diretor da CUT Robinson Cireia destacou a luta da militante em defesa da democracia. “Esse é um movimento para fortalecer o debate e a luta pela democracia. A luta de Luísa Hanune é histórica. Ela já foi presa duas vezes antes. Ela foi a primeira mulher candidata no mundo árabe, sempre defendeu as mulheres e seus direitos democráticos.”

 
“O contexto mundial é de retrocesso da democracia. Houve um ataque brutal ao processo democrático na Argélia. São 15 anos de prisão para uma mulher que sempre lutou pela democratização do país”, disse o presidente do Sintep, Valdeir Pereira. 

 

O professor Domingos Sávio, da Adunemat, destacou a defesa que a militante argelina fez da liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Luísa Hanune tinha um histórico de defesa da democracia. Na Argélia, ela fez a defesa de Lula Livre, pois entendeu que a defesa da democracia no Brasil e no mundo passava pelo direito de Lula ter um julgamento justo, e ele não teve”, afirmou.  

 

O presidente do Sindsep, Carlos Almeida, demonstrou preocupação também com os ataques à democracia brasileira e ao serviço público federal. “Nós, sindicalistas, estamos sendo ameaçados pelo governo Bolsonaro. Estou respondendo a um processo administrativo e nem sei o motivo”, citou. 



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