Defesa de contador pede afastamento de delegados da Operação Flor do Vale
Advogados de defesa do contador João Fernandes Zuffo, protocolizaram nesta segunda-feira (7) junto à 8ª Promotoria de Justiça de Mato Grosso – na coordenadoria do Gaeco, na Corregedoria-Geral da Polícia Judiciária Civil e junto ao Secretário Estadual de Segurança Pública, uma representação criminal e administrativa contra os delegados Ricardo de Oliveira Franco e Nilson André Farias de Oliveira, e seus respectivos escrivães.
A defesa alega que os suspeitos lançaram informações inverídicas no relatório policial para influenciar a opinião do Ministério Público, com o possível objetivo de indução a erro. O que teria resultado na prisão temporária do contador em novembro de 2021.
Dentre as evidências apresentadas pelos advogados está um depoimento de uma suposta vítima, E.N., que consta no inquérito sem assinatura.
“Ao compulsar o caderno investigativo, os advogados perceberam que o longo depoimento da vítima Sr. E. N. não se encontrava assinado. Naqueles autos, havia o reconhecimento dos suspeitos e uma amostragem de digitais. Ocorre que o Sr. E. N. procedeu à ata notarial dando conta de que nunca prestou tal depoimento em Cuiabá em 18 de agosto de 2021, nem procedeu ao reconhecimento formal dos suspeitos”, detalha a defesa na representação.
Na declaração registrada no Cartório do Segundo Ofício de Arenápolis, no início de janeiro deste ano, a suposta vítima afirma que uma escrivã da PJC, de Rondonópolis, ligava para obter informações e mandava fotos por WhatsApp para saber de um episódio que aconteceu no início de 2020, quando a suposta vítima estava junto com o contador João Fernandes Zuffo e ambos foram assaltados.
Dentre os pedidos feitos pelos advogados de defesa do contador junto ao MP, Secretário de Segurança Pública e PJC está a instauração de correição nos inquéritos conduzidos pelos delegados, e o afastamento das autoridades policiais da presidência das investigações.
Também a suspensão cautelar dos delegados e escrivães de suas atividades funcionais, a instauração de procedimento criminal investigativo para investigar os indícios de falsidade ideológica e indução a erro no processo penal, além do pedido de instauração de processo administrativo-disciplinar.
Ao MP, a defesa pede a promoção de ação penal e a sanção administrativa cabível – suspensão ou demissão – que deve ser mensurada pela Corregedoria-Geral de Polícia ou pelo secretário de Estado de Segurança Pública.
Operação Flor do Vale
A Operação investiga uma série de roubos realizados em uma região de ranchos em Juscimeira, em julho de 2021, que resultou na morte do advogado João Anaídes Cabral Netto, de 49 anos.
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