Programa da Globo diz que ex-secretário facilitava entrada de droga que vinha da Bolívia para Mato Grosso

Deu no Fantático que o ex-secretário  Nilton Borges Borgato (PSD), que foi preso na ação policial e apontado nas investigações como responsável pela entrada da droga no Brasil, oriunda da Bolívia.

Tudo foi revaldo na Operação Descobrimento, deflagrada na terça-feira (19) pela Polícia Federal.

O Fantástico deu como destaque  neste domingo (24). Em uma longa matéria, foram mostrados detalhes da organização criminosa que, com o tráfico de drogas, pretendia faturar R$ 3 milhões por viagem para a Europa. O grupo tinha, entre outros integrantes, o ex-secretário de Estado de Ciências e Tecnologia e Inovação de Mato Grosso (Seciteci), Nilton Borges Borgato (PSD), que foi preso na ação policial e apontado nas investigações como responsável pela entrada da droga no Brasil, oriunda da Bolívia.

A reportagem mostrou que, durante a deflagração da operação, a Polícia Federal encontrou dinheiro, diamantes, joias, itens de luxo e até mesmo um tapete de pele de onça. Foi exibido um diálogo entre o ex-lobista e empresário Rowles Magalhães Pereira da Silva e a doleira Nelma Kodama, presa durante a Operação Lava Jato. Na conversa, ambos discutem quanto ganhariam com cada envio de droga, com aproximadamente meia tonelada embarcada nos aviões utilizados pela organização criminosa. O lucro era alto, na casa dos R$ 3 milhões por viagem.

As investigações da Polícia Federal apontaram ainda, segundo a reportagem, que era o ex-secretário Nilton Borgato, conhecido no grupo como Índio, que facilitava a entrada da cocaína em Mato Grosso, originada da Bolívia.

A matéria revelou também que Rowles era um dos chefes da organização criminosa. Os principais sócios do ex-lobista eram Nelma Kodama, com quem ele tinha um relacionamento amoroso, e o funcionário público Ricardo Agostinho.

A reportagem mostrou que  todos os presos tinham papéis de influência importantes na organização. Outra informação apontada na reportagem é a de que o grupo pretendia fazer três viagens por mês para a Europa, transportando drogas. Para isso estavam negociando um contrato anual no valor aproximado de R$ 10 milhões com as empresas que operavam e alugavam os aviões.

A organização também aparentava não confiar muito nos próprios integrantes, tendo em vista que sempre um deles acabava ficando “sequestrado” provisoriamente, como forma de garantia da entrega da droga no destino. Clique aqui e veja a íntegra da reportagem.

OPERAÇÃO DESCOBRIMENTO

Borgato é um dos alvos da Operação Descobrimento, deflagrada para desbaratar um esquema de envio de drogas de Mato Grosso para Portugal e foi preso em um apartamento em Cuiabá. No local, a Polícia Federal apreendeu pedras de diamante e em sua residência em Glória D’Oeste, foram apreendidos dois veículos de luxo.

Borgato foi titular da Seciteci e saiu do governo em março desse ano. O ex-secretário foi prefeito de Glória D’Oeste, cidade que está localizada na faixa de fronteira com a Bolívia.

Ao todo, a Operação Descobrimento cumpriu 43 mandados de busca e apreensão e sete mandados de prisão preventiva nos estados da Bahia, São Paulo, Mato Grosso, Rondônia e Pernambuco. Em Portugal, com o acompanhamento de policiais federais, a polícia portuguesa cumpriu três mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão preventiva nas cidades do Porto e Braga.

A operação também resultou na prisão do ex-lobista do VLT, que foi detido em São Paulo. Na casa do empresário, em Cuiabá, a Polícia Federal apreendeu cédulas de dólar, euro, além de itens de luxo como bolsas e acessórios de marcas famosas, como Valentino, Prada, Louis Vuitton, Yves Saint Laurent e Chanel, além de relógios Rolex. 

 

foto reprodução TV GLOBO



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